ATA DA CENTÉSIMA NONA SESSÃO
ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA
LEGISLATURA, EM 07-12-2001.
Aos sete dias do mês de
dezembro do ano dois mil e um, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio
Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quinze
minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores
Aldacir Oliboni, Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Cassiá
Carpes, Elói Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier, Haroldo de Souza, Isaac
Ainhorn, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Maria Celeste e Maristela Maffei.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Almerindo
Filho, Clênia Maranhão, Fernando Záchia, Humberto Goulart, João Bosco Vaz, José
Fortunati, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Nereu D'Avila, Paulo
Brum, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia
Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos
de cópias da Ata da Centésima Quinta Sessão Ordinária que, juntamente com a Ata
da Centésima Quarta Sessão Ordinária, deixou de ser votada face à inexistência
de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Ervino
Besson, o Pedido de Informações nº 221/01 (Processo nº 4530/01); pelo Vereador
João Carlos Nedel, 39 Pedidos de Providências; pelo Vereador Paulo Brum, 01
Pedido de Providências. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nºs 587 e 588/01, do
Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; Comunicado nº 063594/01, da Senhora
Mônica Messemberg Guimarães, Secretária-Executiva do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação - FNDE. A seguir, o Vereador Antonio Hohlfeldt
formulou Requerimento verbal, solicitando a utilização do Tempo Especial
previsto no artigo 94, § 1º, alínea "g", do Regimento, tendo o Senhor
Presidente informado que o mesmo seria deferido em ocasião oportuna. Após, o
Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Luiz
Antonio Timm Grassi, Presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia
Hidrográfica do Lago Guaíba, que se manifestou sobre as atividades
desenvolvidas pelo Comitê que preside, abordando a estrutura do Sistema
Estadual de Recursos Hídricos e o papel desempenhado pela Câmara Municipal de
Porto Alegre no gerenciamento desses recursos. Na ocasião, nos termos do artigo
206 do Regimento, os Vereadores Ervino Besson, Beto Moesch, Raul Carrion, Elói
Guimarães e Maristela Maffei manifestaram-se acerca do assunto tratado durante
a Tribuna Popular. Às nove horas e quarenta e sete minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às nove horas e quarenta e nove
minutos, constatada a existência de quórum. Após, por solicitação do Vereador
Ervino Besson, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao
velejador neozelandês Peter Blake, falecido ontem. Também, o Vereador Sebastião
Melo formulou Requerimento verbal, solicitando alteração na ordem dos trabalhos
da presente Sessão, tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre o
assunto. Ainda, constatada a existência de quórum, foi aprovado Requerimento da
Vereadora Helena Bonumá, solicitando Licença para Tratar de Interesses
Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na
vereança o Suplente Juberlei Bacelo, informando que Sua Excelência integrará a
Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Na ocasião, foram
apregoadas Declarações firmadas pelo Vereador Estilac Xavier, Líder da Bancada
do PT, informando o impedimento dos Suplentes Darci Campani, José Valdir e
Berna Menezes em assumirem a vereança no dia de hoje, em substituição à
Vereadora Helena Bonumá. A seguir, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea
"g", do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao
Vereador Antonio Hohlfeldt, que relatou a participação de Sua Excelência, em
Representação Externa deste Legislativo, na III Congresso de Cultura e
Literatura Latino-Americana - IDEAMERICA 2001, realizada do dia vinte e oito de
novembro ao dia primeiro de dezembro do corrente, em Havana, Cuba. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib externou o posicionamento da Bancada do
PPB neste Legislativo, contrário ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
007/01, que estabelece a progressividade nas alíquotas do Imposto Predial e
Territorial Urbano - IPTU, manifestando-se sobre aspectos alusivos à Mensagem
Retificativa enviada pelo Executivo Municipal à matéria. Na ocasião, face
manifestações dos Vereadores Luiz Braz e João Carlos Nedel, o Senhor Presidente
prestou informações sobre os trabalhos da presente Sessão. Em PAUTA, Discussão
Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Resolução nºs 111 e 112/01;
em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Executivo nºs 035 e 036/01; em 3ª Sessão,
os Projetos de Resolução nºs 107 e 110/01, os Projetos de Lei do Legislativo
nºs 287 e 289/01, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 022/01; o Projeto de Lei do Executivo nº 034/01; em 5ª Sessão, o
Projeto de Resolução nº 098/01. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz
teceu considerações sobre a Mensagem Retificativa enviada pelo Executivo
Municipal ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/01, que prevê a
progressividade nas alíquotas do Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU,
analisando dados relativos à matéria e informando seu posicionamento contrário
ao referido Projeto de Lei. O Vereador Antonio Hohlfeldt discorreu sobre
proposta apresentada pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios -
ICOMOS, a qual prevê uma solução alternativa para as obras da III Perimetral,
de modo a evitar a demolição de Igreja Martin Luther, apresentando dados
técnicos que afirmam a viabilidade desse projeto e exibindo maquete elaborada
por aquela entidade. Na ocasião, o Vereador Estilac Xavier manifestou-se sobre
o pronunciamento efetuado pelo Vereador Antonio Hohlfeldt em Comunicação de
Líder. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo comentou aspectos
alusivos ao resultado de procedimento licitatório promovido pelo Departamento
Municipal de Limpeza Urbana - DMLU, com a finalidade de contratar serviços de
coleta domiciliar de lixo na Cidade de Porto Alegre, referindo-se a denúncias
de irregularidades nesse processo e reportando-se ao contrato firmado entre a
Prefeitura Municipal de Porto Alegre e a Empresa Coletora de Resíduos Limitada
- CORES. Após, foi apregoado o Requerimento nº 282/01 (Processo nº 4575/01 -
Requer autorização para representar a Câmara Municipal de Porto Alegre na solenidade
de entrega do XVIII Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo - Justiça e Ética, a
ser realizada no dia dez de dezembro do corrente, no Auditório Guilherme
Schultz Filho da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Rio Grande do Sul),
de autoria do Vereador João Bosco Vaz, o qual foi deferido pelo Senhor
Presidente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Nereu D'Avila discorreu acerca
do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/01, o qual trata da
aplicação de alíquotas progressivas para o Imposto Predial e Territorial Urbano
– IPTU. Também, teceu críticas às atitudes dos parlamentares da Bancada do
Partido dos Trabalhadores no Congresso Nacional e na Assembléia Legislativa do
Estado do Rio Grande do Sul, relativamente a Projetos de Lei que tratam de
mudanças na legislação tributária. O Vereador Elói Guimarães teceu considerações
sobre manifestação promovida por produtores agropecuários da zona sul de Porto
Alegre, ocorrida no dia cinco de novembro do corrente, em defesa dos incentivos
à produção primária e às áreas de preservação ambiental previstos no Projeto de
Lei Complementar do Executivo nº 007/01, que estabelece a progressividade das
alíquotas do Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU. O Vereador Estilac
Xavier analisou dados atinentes ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
007/01, destacando a importância das alterações previstas por essa proposta
quanto à Planta de Valores que estabelece o valor de avaliação comercial dos
imóveis da Cidade e afirmando que a aprovação do referido Projeto, com a adição
de Emendas formuladas pelos Senhores Vereadores, viabilizará a justiça fiscal
no Município. O Vereador Raul Carrion registrou a realização, do dia nove ao
dia doze de dezembro do corrente, no Rio de Janeiro, da Plenária Final do 10º Congresso
do Partido Comunista do Brasil, informando que estará participando do referido
evento. Também, manifestou-se sobre o Projeto de Lei Complementar do Executivo
nº 007/01, declarando seu posicionamento favorável à progressividade de
alíquotas constantes nessa proposta. A seguir, constatada a existência de
quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA, e o Vereador João Carlos Nedel formulou
Requerimento verbal, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria
constante na Ordem do Dia. Às onze horas e dois minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às onze horas e dezoito minutos,
constatada a existência de quórum. Após, o Senhor Presidente comunicou as
deliberações acordadas entre a Mesa Diretora e o Colégio de Líderes, acerca do
procedimento a ser adotado pelos Senhores Vereadores relativamente à apreciação
das matérias constantes na Ordem do Dia, tendo os Vereadores Carlos Alberto
Garcia e Juarez Pinheiro manifestado-se sobre o assunto. A seguir, os Vereadores
Nereu D'Avila e Marcelo Danéris manifestaram-se sobre os trabalhos da presente
Sessão, tendo o Senhor Presidente prestado informações a respeito. Foram
aprovados Requerimentos de autoria do Vereador Marcelo Danéris, solicitando
sejam os Projetos de Lei do Executivo nºs 036 e 035/01 (Processos nºs 4494 e
4455/01, respectivamente), considerados em regime de urgência e submetidos à
reunião conjunta de Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, foi
aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 088/00, por treze votos SIM e nove
votos NÃO, em votação nominal solicitada pela Vereadora Sofia Cavedon, tendo
votado Sim os Vereadores Almerindo Filho, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia,
Cassiá Carpes, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Humberto Goulart, Isaac
Ainhorn, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Nereu D'Avila, Paulo Brum e
Sebastião Melo e Não os Vereadores Adeli Sell, este com Declaração de Voto,
Aldacir Oliboni, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei,
Raul Carrion, Sofia Cavedon e Juberlei Bacelo. Na ocasião, o Vereador Juarez
Pinheiro formulou Questão de Ordem sobre a tramitação do Projeto de Lei do
Legislativo nº 088/00, tendo o Vereador Nereu D’Avila manifestado-se a
respeito. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo
nº 253/01. Em Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 082/01, por
dezoito votos SIM e onze votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos
Vereadores Sebastião Melo, Juarez Pinheiro, Nereu D’Avila, Raul Carrion, João
Antonio Dib e Carlos Alberto Garcia, em votação nominal solicitada pelo
Vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os Vereadores Almerindo Filho, Beto
Moesch, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Ervino Besson, Fernando
Záchia, Haroldo de Souza, Humberto Goulart, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib,
João Carlos Nedel, José Fortunati, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Paulo Brum,
Reginaldo Pujol e Sebastião Melo, Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir
Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Estilac Xavier, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris,
Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Juberlei Bacelo
e tendo apresentado Declaração de Voto os Vereadores Adeli Sell e Juarez
Pinheiro. Na ocasião, face Questões de Ordem e manifestações dos Vereadores
Marcelo Danéris, Sebastião Melo e Juarez Pinheiro, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos acerca do encaminhamento à votação do Projeto de Resolução nº
082/01. Também, o Vereador Nereu D’Avila manifestou-se sobre a Questão de Ordem
anteriormente formulada pelo Vereador Juarez Pinheiro, relativamente à
tramitação do Projeto de Lei do
Legislativo nº 088/00. Ainda, foram apregoadas as seguintes Emendas, de autoria
do Vereador João Antonio Dib, Líder da Bancada do PPB, relativas ao Projeto de
Lei do Legislativo nº 023/01 (Processo nº 0887/01): de nº 03 ao Substitutivo nº
01; de nº 01 ao Substitutivo nº 02. Em Discussão Geral e Votação, foram
aprovados o Projeto de Lei do Legislativo nº 041/01 e a Emenda nº 01 a ele
aposta. Em Discussão Geral e Votação, foi rejeitado o Substitutivo nº 01,
aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 023/01, por três votos SIM,
dezessete votos NÃO e oito ABSTENÇÕES, após ser discutido pelos Vereadores
Aldacir Oliboni, Sofia Cavedon, João Bosco Vaz e Sebastião Melo e encaminhado à
votação pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, em votação nominal solicitada pelo
Vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos
Alberto Garcia e Pedro Américo Leal, Não os Vereadores Adeli Sell, Almerindo
Filho, Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Elói
Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Humberto Goulart, Isaac Ainhorn,
João Antonio Dib, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Reginaldo Pujol e
Sebastião Melo e tendo optado pela Abstenção os Vereadores Estilac Xavier,
Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul
Carrion, Sofia Cavedon e Juberlei Bacelo. Foi aprovado o Substitutivo nº 02,
aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 023/01, com ressalva da Emenda nº 01
aposta ao referido Substitutivo, considerando-se prejudicado o Projeto original,
por dezessete votos SIM, quatro votos NÃO e seis ABSTENÇÕES, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo votado Sim os Vereadores
Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Cassiá
Carpes, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Humberto Goulart,
Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Nereu D'Avila,
Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Sebastião Melo, Não os Vereadores Adeli
Sell, Aldacir Oliboni, Estilac Xavier e Sofia Cavedon e tendo optado pela
Abstenção os Vereadores Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste,
Maristela Maffei, Raul Carrion e Juberlei Bacelo. Foi aprovada a Emenda nº 01,
aposta ao Substitutivo nº 02 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 023/01, por
quinze votos SIM, sete votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada
pelo Vereador Estilac Xavier, tendo votado Sim os Vereadores Almerindo Filho,
Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Ervino Besson, Haroldo de Souza,
Humberto Goulart, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, Luiz Braz,
Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Sebastião Melo, Não os
Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Estilac Xavier, Marcelo Danéris, Maria
Celeste, Maristela Maffei e Sofia Cavedon e tendo optado pela Abstenção o
Vereador Raul Carrion. A seguir, foi aprovado Requerimento de autoria do
Vereador Almerindo Filho, solicitando a retirada de tramitação do Projeto de
Lei do Legislativo nº 045/01 (Processo nº 1134/01). Em Discussão Geral e
Votação, foram aprovados o Projeto de Lei do Legislativo nº 141/01 e a Emenda
nº 01 a ele aposta. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei
do Legislativo nº 129/01, com ressalva da Emenda nº 01 a ele aposta, por
dezessete votos SIM, sete votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à
votação pelos Vereadores Ervino Besson, Juarez Pinheiro e Raul Carrion, em
votação nominal solicitada pelo Vereador Paulo Brum, tendo votado Sim os
Vereadores Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Cassiá
Carpes, Clênia Maranhão, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Humberto Goulart,
Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Nereu D'Avila,
Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Raul Carrion e Reginaldo Pujol, Não os
Vereadores Adeli Sell, Estilac Xavier, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria
Celeste, Maristela Maffei e Sofia Cavedon e tendo optado pela Abstenção o Vereador
Juberlei Bacelo. Foi rejeitada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 129/01, por nove votos SIM, quatorze votos NÃO e três ABSTENÇÕES,
em verificação de votação solicitada pelo Vereador Paulo Brum, após ter sido
aprovada em sua votação simbólica, tendo
votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Antonio Hohlfeldt, Carlos Alberto Garcia,
Clênia Maranhão, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Paulo Brum, Raul Carrion e
Sofia Cavedon, Não os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Ervino Besson,
Haroldo de Souza, Humberto Goulart, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco
Vaz, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo
Pujol, Sebastião Melo e tendo optado pela Abstenção os Vereadores Estilac
Xavier, Maristela Maffei e Juberlei Bacelo. Foi aprovado Requerimento de
autoria da Vereadora Sofia Cavedon, solicitando a retirada de tramitação das
Emendas nºs 02 e 05, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 167/01
(Processo nº 2509/01). Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de
Lei do Legislativo nº 167/01. Foram votadas conjuntamente e aprovadas as
Emendas nºs 01, 03, 04, 06, 07 e 08, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo
nº 167/01. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 198/01. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de
Lei do Legislativo nº 236/01, por quatorze votos SIM, oito votos NÃO e uma
ABSTENÇÃO, após ser discutido pelos Vereadores Clênia Maranhão e Juarez
Pinheiro e encaminhado à votação pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, em votação
nominal solicitada pelo Vereador Juarez Pinheiro, tendo votado Sim os
Vereadores Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Cassiá
Carpes, Clênia Maranhão, Ervino Besson, Humberto Goulart, Isaac Ainhorn, João
Antonio Dib, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Paulo Brum, Pedro Américo Leal e
Sebastião Melo, Não os Vereadores Adeli Sell, Estilac Xavier, Juarez Pinheiro,
Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Sofia Cavedon e Juberlei
Bacelo e tendo optado pela Abstenção o Vereador Raul Carrion. Em Discussão
Geral e Votação, foi aprovado o Substitutivo nº 01, aposto ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 207/01, considerando-se prejudicado o Projeto original, tendo o
Vereador Humberto Goulart manifestado-se a respeito da matéria. Em Discussão
Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 174/00, após
ser encaminhado à votação pelo Vereador Carlos Alberto Garcia. Em Discussão
Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 004/01,
o qual teve sua discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de
autoria do Vereador João Antonio Dib. Às treze horas e trinta e sete minutos,
constatada a inexistência de quórum, o
Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a
ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Fernando
Záchia, Carlos Alberto Garcia, Paulo Brum e Ervino Besson e secretariados pelos
Vereadores Paulo Brum e Ervino Besson. Do que eu, Paulo Brum, 2º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e
aprovada, será assinada pela Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
O Ver. Antonio Hohlfeldt
está com a palavra.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
em primeiro lugar, ao saudar V. Ex.ª, eu queria solicitar à Presidência, com
base no art. 94, parágrafo 1º, letra “g”, para, quando essa Presidência
entender possível, fazer o meu relato em relação à viagem da semana passada, que
fiz a Cuba para participar do Congresso Ibero-Americano de Cultura e
Literatura.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
Esta Presidência,
prezado Vereador, informa que tão logo tenhamos a Tribuna Popular, cederemos o
tempo baseado no art. 94.
Passamos
à
O
Sr. Luiz Antonio Timm Grassi, Presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia
Hidrográfica do Lago Guaíba, está com a palavra, pelo tempo regimental de dez
minutos.
O SR. LUIZ ANTONIO TIMM GRASSI: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, na qualidade de Presidente do Comitê de
Gerenciamento das Bacia Hidrográfica do Lago Guaíba, é com a maior satisfação
que faço uso desta tribuna para trazer a mensagem de saudação dos membros do
Comitê a esta insigne Casa Parlamentar e a todos os representantes do povo que
dela fazem parte.
O
Comitê do Lago Guaíba, assim como os demais comitês do Estado e de todo o
Brasil, é também, de certa forma, um corpo parlamentar: o “parlamento das
águas”, de sua bacia hidrográfica. Criado pelo Decreto Estadual nº 38.989, de
29 de outubro de 1998, nos termos da Lei nº 10.350/94, que instituiu o Sistema
Estadual de Recursos Hídricos, o Comitê tem como função legal o gerenciamento
dos recursos hídricos da bacia, buscando a conservação da qualidade e da
quantidade das águas superficiais e subterrâneas, através da compatibilização
dos diversos usos atuais e futuros. Essa função é exercida em conjunção com as
demais instituições do Sistema de Recursos Hídricos, que têm atribuições
técnicas, licenciadoras e fiscalizadoras e com a instância máxima de definição
da política pública para as águas, que é o Conselho de Recursos Hídricos.
Srs.
Vereadores, a motivação para a existência e para a atuação de um comitê de
bacia hidrográfica é a crua realidade de que hoje, no mundo como um todo, e em
cada região do globo em particular, vivemos cada vez mais evidentemente, cada
vez com mais intensidade, a “crise da água”. Esse elemento vital,
insubstituível já não pode ser mais considerado inesgotável ou suas fontes ilimitadas.
Em muitas regiões, a escassez é sensível, seja periódica, seja permanentemente.
Em muitas outras, a abundância quantitativa encobre a realidade de que já não
se dispõe de água com qualidade para atender grande parte dos usos,
especialmente os mais nobres, como o abastecimento humano, a pesca, certos usos
agrícolas e industriais, o lazer e a preservação da vida aquática.
O
nosso Guaíba, o lago que nos acostumamos a chamar de rio, é um exemplo cabal
dessa escassez encoberta. Importante fator, talvez o principal, da localização
histórica de nossa Cidade foi durante muitíssimo tempo generoso objeto dos mais
diversos usos, seja de atividades realizadas no seio das águas, como navegação,
a pesca, os esportes aquáticos, seja de retirada da água para bastecimento
público, para dessedentação de animais, para uso agrícola ou mesmo industrial,
seja de despejos de resíduos das atividades humanas, como esgoto urbano,
industrial ou mesmo de resíduos sólidos. O volume desse manancial permitia que
todos esses usos convivessem como acontecia e ainda acontece em tantos outros
mananciais.
Com
o passar do tempo, as demandas foram crescendo, a qualidade das águas foi sendo
afetada e os usos que exigem qualidade mais rigorosa foram sendo prejudicados e
até inviabilizados. Podemos exemplificar com a perda que significou a
impossibilidade de aproveitamento para banho de todas as praias da Cidade e em
diversas outras na margem direita. Menos evidentes foram os custos crescentes
do tratamento para potabilização da água a ser distribuída à população ou os
prejuízos à pesca.
É
importante termos em conta que tudo isso não se deveu só a atividades
realizadas diretamente no corpo de água Guaíba. A deterioração da qualidade e
as alterações de regime dos seus formadores, tantos dos quatro rios principais,
quanto dos arroios que o alimentam, também contribuíram para essa lamentável
situação. E nesse processo somos todos responsáveis, pois somos todos, toda a
sociedade, usuários de todos os usos, tanto daqueles que exigem boa qualidade ao
lado da quantidade, quanto daqueles que contribuem para a deterioração dessa
mesma qualidade.
É
dentro dessa perspectiva que se coloca a atuação de um comitê de bacia.
Constituído, por determinação legal, com uma composição em que 40% de suas
entidades membros devem representar setores ou categorias de uso dos recursos
hídricos (abastecimento público, serviços de esgotamento sanitário, usos
industriais, uso agrícola, pesca, navegação etc.), 40% devem representar a
população da bacia, através de entidades ou instituições representativas como
os legislativos municipais, associações de moradores, clubes de serviços,
universidades, movimento ambientalista, sindicatos, etc., e apenas 20%
representam os Poderes Públicos Estadual e Federal.
O
Comitê deve ser, como mencionamos, o parlamento da água na bacia, ou, em outra
imagem, talvez mais concreta, o Comitê é a assembléia do condomínio desse bem
precioso que começa a ser escasso e que necessita de medidas públicas e
privadas de recuperação e conservação. Nesse condomínio, passam a ser
necessárias regras para o bom uso, para racionalizar e compatibilizar os usos e
para evitar o desperdício. Em outras palavras, já não podemos postergar o
planejamento dos usos e da conservação de nossos recursos hídricos. A partir desse
planejamento, com a elaboração e adoção de um plano de bacia hidrográfica, será
possível concretizar aquilo que outros países já vêm fazendo: gerenciamento dos
recursos hídricos, ou seja, aplicação de instrumentos gerenciais que a Lei já
prevê, como outorga do uso da água, a cobrança por esse uso e o investimento em
ações concretas referentes aos usos da água e do seu entorno ambiental.
O
Comitê Lago Guaíba, composto por quarenta entidades eleitas em processo oficial
e público a cada dois anos, ao iniciar o seu terceiro ano de existência, começa
a concretizar a elaboração do planejamento da bacia. Esse processo, que vinha
sendo preparado desde a instalação do Comitê, tem um marco importante com a
publicação, há poucos dias, de edital para contratação, pelo Departamento de
Recursos Hídricos da Secretaria Estadual do meio Ambiente, com recursos do
Fundo de Recursos Hídricos do Estado, dos estudos preliminares para subsídios
ao Plano de Bacia do Lago Guaíba, abrangendo avaliação das demandas e a
disponibilidade da água da bacia e, ainda, o enquadramento dos recursos
hídricos superficiais. É importante frisar que os termos de referência que vão
balizar a contratação e execução dos trabalhos foram elaborados com a
participação ativa do Comitê. Mais importante ainda é a concepção do trabalho
que prevê, em diversos momentos, uma série de consultas à população,
organizadas por critérios de regionalização e de segmentação de uso da água na
bacia. Em outras palavras, inicia-se um processo de planejamento participativo
para o qual o Comitê convocará os mais diferentes setores da sociedade, através
dos mais diversos meios e instrumentos e, para o qual, o Comitê propõe-se a
provocar a mais ampla discussão e o mais profundo e qualificado debate.
A
primeira questão que estará sendo colocada, debatida, e, esperamos, respondida,
é como queremos usar as águas do nosso Guaíba e de todos os seus arroios
formadores. Ou, em outras palavras, que usos queremos para ter garantidos,
recuperados ou conservados para essas águas. As respostas a essas perguntas
determinam, em certos aspectos, a questão correlata: qual a qualidade que
devemos buscar atingir ou conservar para cada segmento dos corpos de água
considerados. Dito de outra forma: que futuro queremos projetar para o Guaíba
(em seus diversos segmentos), e para os arroios que compõem a bacia? Essas
questões são o ponto de partida para o plano de bacia, mas concomitantemente o
Comitê ocupa-se, na medida das suas possibilidades, com diversos outros
assuntos que dizem respeito ao presente e ao futuro da bacia.
Sem
entrar em maiores detalhes, face à limitação do tempo, podem ser mencionados o
acompanhamento de processos de licenciamento ambiental de empreendimentos de
grande porte, como a implantação, pelo DMAE, do sistema de tratamento e
lançamento de esgotos de Porto Alegre, que hoje são lançados in natura na ponta da cadeia, assim como
a ampliação da Klabin-Riocell; dos estudos de rezoneamento do Parque Delta do
Jacuí; do projeto de implantação de uma reserva extrativista voltada para a
pesca, no Guaíba, dos estudos e negociação para uma solução regionalizada para
os resíduos sólidos na bacia, do planejamento e da ocupação da orla urbana do
Guaíba, do andamento do Pró-Guaíba e de outras ações, projetos, iniciativas e
eventos que interessam ao gerenciamento dos recursos hídricos nesta bacia
hidrográfica.
Nessa
etapa que está se iniciando, assim como em todas as que se seguirem, o
Legislativo Municipal tem um papel fundamental e insubstituível. Na composição
do Comitê de Gerenciamento da Bacia do Lago Guaíba, as Câmaras de Vereadores
dos quatorze Municípios que integram a bacia contam com quatro representantes,
indicados, no presente mandato, pelos Legislativos de Eldorado do Sul, Barra do
Ribeiro, Tapes e Porto Alegre. O representante indicado pelo nobre Presidente
da Câmara de Vereadores de Porto Alegre é o ilustre Ver. Beto Moesch, que tem
participado das reuniões e outras atividades do Comitê. Por sua iniciativa,
participamos, no dia 9 de outubro passado, de proveitosa reunião da Comissão de
Saúde e Meio Ambiente deste Legislativo.
Entendemos,
a direção e os integrantes do Comitê, que a manifestação de hoje, nesta Tribuna
Popular, é mais um passo no sentido de estreitar o relacionamento e a parceria
com a Câmara de Vereadores de Porto Alegre. O Comitê Lago Guaíba está
completamente aberto à participação, à contribuição e às demandas dos edis
porto-alegrenses e desse Poder Legislativo.
Convidamos
a todos a participar das reuniões mensais, das quais a próxima será dia 13 de
dezembro, às 14h, no auditório do Mercado Público desta Capital. Dessa forma, o
Comitê coloca-se à disposição para quaisquer esclarecimentos sobre sua
organização, sua atuação e sobre outras informações relativas a seu trabalho e
aos dados disponíveis sobre a bacia hidrográfica. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Convido o Sr. Luiz Antonio Timm Grassi
para compor a Mesa.
O Ver. Ervino Besson está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, Sr. Luiz Antonio Timm Grassi, Presidente do
Comitê do Lago Guaíba, em nome da Bancada do PDT, as nossas saudações e o nosso
cumprimento pelo seu pronunciamento e pelo trabalho da sua entidade.
Esta
Casa se sente honrada por ouvir o seu pronunciamento e a sua preocupação a
respeito do nosso Guaíba.
Depois
desse relato, é importante salientar as manchetes dos jornais de hoje, porque,
por intermédio delas, nós vemos que o mundo hoje está entristecido, porque, Sr.
Luiz Antonio, foi lamentável o que aconteceu ontem no rio Amazonas com o
neozelandês Peter Blake, que foi o maior velejador do mundo, que estava
dedicando a vida e lutando em defesa do meio ambiente, mas que foi brutalmente
assassinado, ontem. Eu creio que o Brasil hoje está de luto, por causa disso.
Vou
aproveitar esta oportunidade para fazer um Requerimento. Peço que V. Ex.ª, Sr.
Presidente, determine que esta Casa faça um minuto de silêncio em homenagem a
esse grande homem, que significou uma perda que tivemos no dia de hoje, e que
entristeceu não só o Brasil, mas o mundo inteiro. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Assim que terminarmos a Tribuna Popular,
nós o faremos, atendendo à sua solicitação.
O
Ver. Beto Moesch está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento, e
fala em nome do PPB.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Sr.
Luiz Antonio Grassi, a humanidade debate, de forma prioritária, o problema da
água como um todo. Não há vida sem água; o símbolo da vida, foi, durante toda a
história, a água. Não há, portanto, desenvolvimento social, econômico e
cultural sem qualidade e quantidade de água. O Brasil é a maior potência
mundial da água, com relação à quantidade de água e, portanto, se gerenciarmos
adequadamente isso, poderá ser, talvez, uma das maiores potências do mundo. Por
isso, a sociedade gaúcha, num primeiro momento, pela Lei nº 10.350 que o senhor
relatou tão bem, deu uma nova conotação de gestão das águas. Dentre outras
formas de gestão, criou os comitês de bacias hidrográficas, e para a região
hidrográfica do Guaíba criou o Comitê do Lago Guaíba, no qual, com muito
privilégio, represento esta Casa. Mas é uma forma completamente diferente, e o
senhor colocou, também, muito bem, que os comitês são, nada mais nada menos do
que os parlamentos da água. Está ali toda a sociedade representada - usuários,
produtores, Poder Público. O que precisamos - e debatemos isso na última
reunião que fizemos nesta Casa com o Comitê do Lago Guaíba e com a Comissão de
Saúde e Meio Ambiente - é, justamente, colocar o Poder Público - Executivo e
Legislativo - a priorizar essa nova forma de gestão das águas. Talvez, até por
ser muito novo esse tema - a Lei nº 10.350 é de dezembro de 1994 -, o Poder
Público não se tenha dado conta da importância disso. E a sociedade criou os
comitês, aprovados pelo Poder Público, justamente para que o Poder Público
pudesse-se valer da sociedade para, em parceria, dar essa forma nova de gestão das
águas, que é uma visão interligada da natureza. Para que possamos ter qualidade
e quantidade de água, não só precisamos tratar os efluentes, mas também dar uma
forma adequada à flora, ao solo e ao ar. Assim conseguiremos dar tudo aquilo
que a sociedade sempre quis: quantidade e qualidade de água, porque ainda temos
tempo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
O Ver. Raul Carrion está
com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, seja
bem-vindo, Sr. Luiz Antonio Grassi, Presidente do Comitê de Gerenciamento da
Bacia Hidrográfica do Lago Guaíba; para nós é uma satisfação recebê-lo aqui,
tratando de tão importante problema. O senhor colocou muito bem: a questão da
água está-se transformando em uma questão estratégica para todos os países;
alguns afirmam que no futuro a água valerá mais do que o petróleo. Temos dados
que indicam que, no ano 2025, teremos o chamado stress hídrico - a escassez pronunciada da água - atingindo
praticamente a metade da humanidade, cerca de 3 bilhões de pessoas. O Brasil é
o país que tem as maiores reservas de água potável do mundo, evidentemente
ameaçadas por uma exploração predatória; principalmente pela poluição mais
grave, que é a poluição industrial e química, porque a poluição por fecais e
outros dejetos orgânicos pode ser tratada e absorvida de forma mais rápida, o
mais grave são os produtos químicos que têm um longo tempo de degradação e que
podem comprometer de forma duradoura nossas águas. Por tudo isso, a luta e o
trabalho do Comitê de Gerenciamento têm grande importância para todos nós.
Queria
também dizer que, fruto desse enorme potencial estratégico, os olhares dos
grandes grupos econômicos internacionais se voltam para nossas reservas
hídricas, e temos um projeto de lei federal - para qual foi pedida urgência
urgentíssima - que, se aprovado, levaria a que toda a utilização das águas
fosse privatizada no nosso País. Achamos importante que esta problemática
também seja colocada ao Comitê, e que o próprio Comitê se posicione, junto com
a sociedade brasileira, que tem protestado contra a tentativa de entregar um
bem fundamental que é a água, que é vida, como bem disse o nosso colega Ver.
Beto Moesch.
Que
a água seja preservada da poluição e que seja preservada como propriedade comum
do povo brasileiro, e não como propriedade privada de grandes grupos
econômicos, em geral internacionais.
Uma
grande saudação; conte com a Bancada do Partido Comunista do Brasil, nesta
Casa, para tudo que seja necessário. Muito obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
O Ver. Elói Guimarães
está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, ilustre representante do Comitê de Gerenciamento
da Bacia Hidrográfica do Lago Guaíba, Sr. Luiz Antonio Timm Grassi, que é o
Presidente. Quero cumprimentar V. S.ª e dizer que não gosto da nominação
“lago”. Rio, Rio Guaíba já está incorporado, por assim dizer, ao nosso
cotidiano, ao nosso vernáculo. Então, a força da nominação “rio”, embora nós
possamos fazer uma discussão do ponto de vista técnico, me parece que é muito
mais poética, muito mais sonora, muito mais nossa. Não é o caso do debate.
Quero
dizer da importância que a água doce têm para o futuro da humanidade. E nós
somos o país que detém o maior estoque, o maior patrimônio de água doce, que,
inquestionavelmente, será o ouro do futuro, muito acima do próprio petróleo,
cujas alternativas estão sendo buscadas e avançam. Então, o trabalho que V. S.ªs
realizam é extremamente importante, porque nós precisamos encontrar mecanismos
para compatibilizar a questão complexa que é a ecologia, a natureza, o rio, com
as relações todas da sociedade.
E,
agora, examinando o rio do ponto de vista da ecologia, da saúde, da qualidade
de vida, vem-me um verso de uma das grandes obras musicais que nós tivemos, de
um autor que nasceu nas barrancas do Rio Guaíba, que é o Paulo Pires. Ele diz:
“Não deixem morrer meu rio, me ajudem por favor; o biguá que mergulhava já
morreu, aguapé não dá mais flor.” Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
A Ver.ª Maristela Maffei
está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, prezado Sr. Luiz Antonio Timm Grassi, Presidente
do Comitê Lago Guaíba, mais do que nunca é um tema fundamental. Para podermos
manter a poesia, temos de ir a fundo nos problemas que atingem a questão dos
mananciais. Atualmente a questão da água passa a ser, assim como foi o petróleo
e outras lutas mundiais, um dos maiores cenários de disputa internacional.
Infelizmente, o nosso Governo Federal, orientado por essas ações da globalização,
com o Projeto nº 4.147/01, faz toda uma manobra política no sentido da
privatização da água e dos recursos hídricos do nosso País.
Nós,
aqui, por iniciativa do nosso Líder Ver. Estilac Xavier, juntamente com a
maioria desta Casa, aprovamos uma Emenda à nossa Lei Orgânica, ressalvando ao
menos o que podemos atingir em termos legais. Mas estamos nessa disputa
nacional para que isso não venha a acontecer.
Nós
temos que ter claro que o Lago Guaíba – é claro que não estou dizendo para o
senhor, mas para todos que nos estão assistindo – está localizado no Rio Grande
do Sul. Sua bacia hidrográfica abrange uma área de quase 90.000km, equivalente
a 30% do território gaúcho, onde estão situados os núcleos industriais mais
importantes.
Eu
me estava reportando a uma manchete que saiu no jornal Zero Hora há pouco tempo, dizendo que um estudo da FEPAM comparou a
quantidade de resíduos líquidos, orgânicos, químicos ou de metais produzidos
pelas maiores empresas do Estado e a quantidade de materiais despejados nos
rios da Bacia Hidrográfica do Lago Guaíba. O resultado mostrou que apesar de um
aumento de 22% da produção de poluentes mesmo assim o Guaíba tem resistido
pelas iniciativas que temos feito.
E
é importante ressaltar que está em estudo a questão do Projeto da Ponta da
Cadeia, que, como o senhor muito bem colocou, é onde são recebidos os maiores
poluentes in natura. Creio que essas
iniciativas são fundamentais, são projetos pró-ativos que vêm a beneficiar e a
fazer com que previnamos todas as conseqüências que isso possa significar, até
por ser esse local o maior centro populacional e de despejo de poluentes.
Parabéns por essa iniciativa. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Queremos, mais uma vez, agradecer ao Sr.
Luiz Antonio Timm Grassi, do Comitê Lago Guaíba e Sistema Estadual de Recursos
Hídricos, e dizer que esta Casa neste ano discutiu, e muito, a questão da água.
Por unanimidade, os Vereadores se posicionaram contra a privatização, projeto
que tramita em Brasília; e que acompanho de perto, não só a problemática do Rio
Grande do Sul, de Porto Alegre, do Brasil, mas o problema da água como um todo.
E nós sabemos que o nosso País, como maior manancial de reservas hídricas tem
que, cada vez mais, se voltar para isso.
Hoje,
o senhor falou da questão local do Rio Guaíba:
a preocupação com os dejetos que são largados principalmente na ponta da
cadeia - 40% desses resíduos são colocados ali. Esta Câmara de Vereadores está
sempre atenta a essa questão, mas é importante que o senhor traga essas
questões para esclarecimento.
Colocamos
a Casa à disposição, e que o senhor possa voltar tantas vezes quantas julgar
necessárias para esclarecimento ou fomento de iniciativas dessa natureza.
Portanto, leve o abraço e o reconhecimento dos trinta e três Vereadores desta
Casa. Muito obrigado.
Faremos
um rápido intervalo para as despedidas. Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 9h47min.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia – às
9h49min): Estão reabertos
os trabalhos.
Reaberta
a Sessão, inicialmente, a pedido do Ver. Ervino Besson, esta Casa vai fazer um
minuto de silêncio em homenagem ao Velejador Peter Blake, o neozelandês que foi
assassinado ontem em Macapá.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Sr. Presidente, nós acertamos na semana
passada, com as Lideranças, de tentar votar um Projeto de cada Vereador até o
final do ano. Na semana que vem, em função da Mensagem Retificativa do Sr.
Prefeito em relação ao IPTU, praticamente toda a semana vai ser tomada com a
questão do IPTU. Eu faço um apelo a V. Ex.ª. Combinei aqui com a maioria dos
senhores Líderes, no sentido de que nós pudéssemos, de imediato - houve a
concordância dos Líderes -, entrar na Ordem do Dia, preservando as Lideranças
que queiram-se pronunciar, para que nós pudéssemos avançar nos projetos já
devidamente acertados com a Diretoria Legislativa para votação ainda no dia de
hoje.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Eu lembro a V. Ex.ª e aos demais
Vereadores que obrigatoriamente hoje nós teremos que correr a Pauta, porque em
segunda Sessão tem o Processo nº 4494/01. Então, vai ter que haver a
concordância dos Srs. Vereadores no sentido de que a Pauta seja corrida.
Excepcionalmente, o Ver. Antonio Hohlfeldt concorda.
Apregoamos
o recebimento do Requerimento da Ver.ª Helena Bonumá, que solicita Licença para
Tratar de Interesses Particulares no dia de hoje.
(Obs.:
Foi aprovado o Requerimento de Licença da Ver.ª Helena Bonumá e dada posse ao
Suplente, conforme consta na Ata.)
O
Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra em Tempo Especial para fazer o relato
da sua viagem a Cuba.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, quero fazer publicamente o meu
agradecimento ao Plenário da Casa pela representação que me deu na participação
nesse Congresso chamado Ideamerica, III Congresso de Cultura e Literatura
Latino-Americana, promovido pela Universidade de Havana. O Congresso foi
realizado entre os dias 28 de novembro e 1º de dezembro no âmbito da própria
Universidade de Havana, com cerca de cento e cinqüenta participantes, cuja
relação eu vou entregar à Mesa, num total de oito representantes do Brasil,
sendo dois representantes de Porto Alegre. Este Vereador foi através da
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, e a Professora Márcia
Navarro através da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Nós tivemos,
nesse Congresso, de ouvir cerca de uma centena de comunicações.
Permitam-me,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, dizer que tivemos também a oportunidade de,
em nome de Porto Alegre, receber talvez uma deferência especial. Nos quatro
dias do Congresso, cada jornada era aberta por uma conferência matinal às 9h, e
seguiam-se depois mesas redondas com a participação de cinco componentes em
cada mesa ao longo de toda a jornada, até as 18h. Nessas conferências iniciais,
quatro delas couberam a diferentes Reitores de Universidades: um da própria
Universidade de Havana, um da Universidade do México, um da Universidade do
Peru e o quarto palestrante foi exatamente este Vereador, que teve, portanto, a
possibilidade de realizar uma conferência destacada em relação às demais mesas
redondas, desenvolvendo o tema da imagem do gaúcho na literatura pampiana, a
partir dos textos de José Hernandez, Martín Fierro, Ricardo Guiraldes, Dom
Segundo Sombra e o texto de Érico Veríssimo “O Tempo e o Vento”, muito
especialmente a parte dedicada ao Capitão Rodrigo, que todos nós conhecemos.
Entendo que isso foi uma homenagem importante ao Brasil, País pelo qual,
diga-se de passagem, os cubanos, de um modo geral, têm um profundo respeito e
uma profunda simpatia.
Portanto,
a presença de brasileiros nesses congressos é sempre uma participação especial,
que é tratada inclusive com deferência. Tanto, que eu entregava ao Ver. João
Antonio Dib um charuto, especialmente feito durante o Congresso, que nos foi
entregue para trazer à Câmara, e eu obviamente lembrei-me do Ver. João Antonio
Dib, obrigatoriamente.
Mas,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, aproveitando este relato, sintético, simples,
queria dizer que verifiquei também algumas coisas que nos interessam. Por
exemplo, há dois anos e meio estive em Cuba, também na representação desta
Casa, num Congresso da UNEAC, que é a União Nacional de Escritores e Artistas
Cubanos, que envolveu um projeto junto com artistas brasileiros. De lá para cá,
me parece que Cuba segue um ritmo interessante. De um lado a abertura política
e, de outro lado, apesar do bloqueio econômico e financeiro que os Estados
Unidos mantêm contra o país - estava para terminar antes de 11 de setembro e
agora a decisão do Congresso americano ficou adiada sine die -, Cuba mantém um ritmo de ampliação de recepção de
turismo que tem sido a sua grande alternativa de recepção de dinheiro, sempre
em dólar, como todos nós sabemos. E aí temos algumas questões interessantes que
eu penso que dizem respeito também a nós, aqui em Porto Alegre, porque dizem
respeito à economia do Brasil, à economia do Rio Grande do Sul.
Pela
primeira vez, desde 1959, por exemplo, a prefeitura, a municipalidade de Havana
adquiriu trezentos ônibus urbanos novos e colocou esses ônibus para circular,
há cerca de dois meses, na cidade de Havana. E para nossa alegria, a exemplo do
que tem ocorrido com ônibus de turismo - em Cuba todos os ônibus de turismo em
Cuba são da marca Marcopolo; portanto, produção brasileira, gaúcha, da nossa
fábrica aqui de Caxias do Sul -, foi um pacote de cento e cinqüenta ônibus, há
dez anos, e, agora, um segundo pacote, há dois anos, de outra centena de
veículos. Tivemos a aquisição desses trezentos ônibus, por Havana, da fábrica
Buscar. Portanto, mais uma vez, são
veículos brasileiros que estão chegando a Cuba, e o contraste, evidentemente, é
imenso. Imaginem os ônibus extremamente velhos, mesmo os chamados camelos são veículos adaptados com trucks de caminhão para arrebanharem em
torno de cento e cinqüenta a duzentos passageiros na sua passagem; são veículos
que, à noite, rodam sem iluminação interna. E tínhamos, repentinamente, trezentos
ônibus, fabricados no Brasil, circulando nas ruas de Havana, absolutamente
novos e iluminados internamente. Então, o contraste é imenso, e vemos a reação
do cubano, com uma expectativa muito grande em relação ao que o turismo pode
trazer para o País, sobretudo levando em conta que as empresas turísticas estão
ultrapassando em torno de 30 a 40% as metas programadas para cada ano.
Portanto,
este plus é imediatamente reinvestido
em quê? Exatamente em transporte urbano, em habitação popular, e, muito especialmente,
o que para nós também interessa, na retomada das obras de recuperação de Havana Vieja. O que há dois anos eu
havia visto com apreensão de que parecia que as obras estavam paradas na
recuperação dos antigos prédios na região histórica de Havana, agora vi o
contrário, com vinte, trinta, prédios em recuperação.
Aproveitando
a presença dos companheiros aqui do Icomos,
arquitetos de profissão, todos sabemos que recuperar um prédio é muito mais
complicado do que construir um prédio novo, sobretudo nas condições em que se
encontram aqueles prédios na Cidade de Havana.
Por
outro lado, Sr. Presidente, e concluindo, quero registrar que duas coisas devem
ser ainda ditas: em primeiro lugar, é urgente que se continue a campanha pelo
final do bloqueio. Conversando com várias pessoas, em Cuba, elas me diziam,
unissonamente, que se os Estados Unidos suspenderem o bloqueio em menos de
cinco anos Cuba estabiliza a sua economia, pelo ingresso de turistas americanos
que teríamos chance de receber naquele País. Evidentemente, se verificarmos a
quantidade de turistas que hoje entram, vindos dos Estados Unidos, pela porta
do México, pela porta da Jamaica, pela porta da Venezuela, pela porta da
Espanha, porque não podem vir diretamente para Cuba, imagine-se o que a ilha poderia
mudar, a partir desta liberalização da entrada do norte-americano, como
turista. E mais, também do cubano que, tendo emigrado, numa ou duas gerações
atrás, tem os seus filhos e netos querendo, por vezes, conhecer a pátria-mãe e
que não podem ir, porque retornando a Cuba para visitarem parentes não poderão
depois se fixar em Miami, onde é o centro de cerca de duzentos mil cubanos que
lá residem.
Por
fim, Sr. Presidente, quero registrar que o tufão que passou por Cuba há cerca
de um mês foi realmente muito complicado para o país. O tufão, por onde passou,
arrasou. Por exemplo, a praia de Cayo Largo, que é uma das praias mais
conhecidas internacionalmente em Cuba, é uma cidade fantasma neste momento.
Está absolutamente arrasada e o país se prepara para tentar recuperá-la até o
próximo verão; os passeios, inclusive, estão proibidos. Por outro lado, se o
tufão tivesse passado um pouco mais à esquerda na sua rota sul-norte teria
atingido Havana, e aí nós teríamos um desastre absoluto, talvez com milhares de
mortos pelas condições precárias de boa parte da cidade de Havana, do ponto de
vista de habitação.
É
importante fazermos esses registros para entender que em qualquer avaliação que
se faça sobre Cuba, independente de simpatias ou antipatias ideológicas pelo governo
cubano, nós temos que levar em conta, em primeiro lugar, uma comparação de Cuba
com países semelhantes do Caribe: com Porto Rico, com Haiti e com outros países
daquela região. Em segundo lugar, nós temos de fazer um estudo em relação aos
problemas que o país enfrenta devido ao bloqueio.
Eu
passarei, Sr. Presidente e Srs. Vereadores às suas mãos o certificado de
participação que recebemos da Universidade de Havana, através do Instituto de
Literatura e Lingüística José Antonio Portuondo Valdor pela nossa participação
no Ideamerica 2001. Quero agradecer, mais uma vez, pela confiança dos Srs.
Vereadores, pela autorização dessa representação, e espero que de fato nós
possamos ter representado bastante bem o Brasil e muito especialmente a nossa
Cidade nesse Encontro de Literatura e de Cultura Latino-Americana. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, o meu Partido, a minha Bancada estão anunciando
oficialmente, neste momento, o fechamento de questão em relação ao Projeto do
IPTU do Governo Municipal. Nós votaremos contra, sem nenhuma dúvida, com a mais
absoluta tranqüilidade da nossa responsabilidade de defender a coletividade.
Eu
não faço discursos com palavras, simplesmente palavras. O Prefeito mandou uma
mensagem retificativa que, no entendimento da minha Bancada, do meu Partido, é
muito pior do que o próprio Projeto, porque nós dizíamos aqui, desde o início,
que a alteração estava sendo feita para prejudicar aqueles que pagavam
religiosamente, aqueles que se sacrificavam e pontualmente pagavam o IPTU.
Esses seriam atingidos e seriamente.
Examinando
melhor a mensagem retificativa do Sr. Prefeito, nós vemos que realmente aquilo
que afirmávamos era verdadeiro. Nós todos sabemos que até este ano, em janeiro
de 2001, se pagava o Imposto Predial e Territorial Urbano com 20% de desconto.
O Prefeito retirou os 20% de desconto da sua mensagem retificativa e deixou em
apenas 10%.
Eu
ouvi dizer que não é verdade, mas pelo amor de Deus, nunca digam para João Dib
que não é verdade, porque eu não aceito esse tipo de coisa! Ou o Prefeito...
Bom, eu não vou dizer nada. Eu li, está aqui. Aí aborrece mais ainda, mas eu
não vou ficar brabo. “Substitui inciso I do art. 2º do Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 007/01, que dá nova redação ao incisos I e II do
art. 82 da Lei Complementar nº 007/73 e dá nova redação ao inciso II do art. 12
do Projeto, como segue:...” O que dizia o art. 82? Vinte por cento para quem
pagasse até 31 de janeiro e 10% para quem pagasse até 15 de fevereiro. Não me
digam mais que não é verdade. Ele retira o inciso I, que era os 20%, para quem
pagasse em janeiro e dá 10% até o dia 1º de março. Se ele não retirou 10%, a
minha aritmética de árabe está completamente equivocada. Realmente, não há o
que dizer.
E
ele declara na mensagem retificativa que aumentos de mais de 100%, que ele
cobrará em quatro parcelas, nos anos subseqüentes, limitando em 100% e 70% para
o caso do residencial. É um absurdo; mal-estudado, mal-encaminhado, sem que
pudesse ser analisado. Aí me dizem que não é verdade. Todas as irritações de um
homem público que se preza devem estar quando lhe dizem que ele não falou a
verdade. Eu sempre disse que um político inteligente, um homem sério sempre
fala a verdade. Um político inteligente não sabe qual o Plenário que ele tem,
que o ouve, que o assiste, se ele fizer uma afirmativa para duzentas pessoas
aqui, e depois ali adiante para quinhentos diferentes, ele não sabe se alguém
dos duzentos daqui não estarão no meio daqueles quinhentos, e ele será
desacreditado.
Por
isso, o Ver. João Antonio Dib pautou a sua vida pública toda por falar a verdade,
e tão-somente a verdade, por isso eu não gosto que me digam que não é verdade o
que estou dizendo. Está escrito, assinado pelo Prefeito. Ontem mesmo falei com
o Secretário da Fazenda e fui duro em uma crítica feita na radio Guaíba, ontem, às 13h30min, eu até disse
a ele que não gostava de magoar as pessoas, eu disse que o Prefeito era
mal-assessorado para assinar um documento desses. Mas agora analisei melhor e
realmente eles estão tomando dinheiro de quem paga bem. Aqueles 75 milhões de
reais que estão lá, dos poderosos, eu não estou culpando os poderosos, estou
culpando a Prefeitura, porque lança mal. Sabendo que não tinha alíquota
progressiva lançava como progressividade. Ora, quem tem advogado à disposição
vai na Justiça e vai pagar daqui a três ou quaro anos pelo valor certo que
tinha que pagar. Se ele tem que pagar 2% de alíquota, estão lhe cobrando 6%,
ele vai pagar daqui a três ou quatro anos pelo mesmo valor de hoje com 2%.
Então,
a minha Bancada coloca clara, precisa e concisamente: nós votaremos contra todo
o Projeto do IPTU do Sr. Prefeito Municipal, pela sua mensagem retificativa,
nos dando condições de com mais tranqüilidade fazer a afirmativa que já
havíamos feito, mas agora fazemos com muito mais tranqüilidade: contra o IPTU,
contra a mensagem retificativa. E nós não vamos mais discutir o assunto. Saúde
e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, eu pergunto se nós ainda
estamos em Comunicações.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Não, Vereador. O Ver. João Antonio Dib
estava utilizando Comunicação de Líder. Nós temos de fazer um acordo para que
passemos à Pauta.
O SR. LUIZ BRAZ: Eu pergunto a V. Ex.ª se os Vereadores
que estão inscritos hoje no período de Comunicações vão ter o tempo garantido,
ou se eles estarão já alijados.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Não, porque não foi votado. Foi um
Requerimento feito pelo Ver. Sebastião Melo e que nós estávamos tentando fazer
um acordo entre todos os Vereadores. Não havendo entendimento, esta presidência
cumpre obrigatoriamente o Regimento.
O SR. LUIZ BRAZ: Então, esses Vereadores terão o tempo
garantido na segunda-feira?
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Se houver acordo que ninguém fale hoje no
período de Comunicações, esse período é transposto para a Sessão de
segunda-feira.
O SR. LUIZ BRAZ: Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 4539/01 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 111/01,
de autoria da
Mesa Diretora, que altera a Resolução nº 1.533, de 11 de abril de 2001
- que extingue e cria cargos em comissão e funções gratificadas no Quadro de
Cargos em Comissão e Funções Gratificadas da Câmara Municipal de Porto Alegre -
dando nova redação à Descrição
Sintética e Analítica das Atribuições dos Cargos em Comissão de Coordenador de
Relações Públicas e de Coordenador do Cerimonial.
PROC.
Nº 4540/01 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 112/01,
de autoria da
Mesa Diretora, que altera a Resolução nº 1.367, de 2 de janeiro de
1998 - que reorganiza os serviços da Câmara Municipal de Porto Alegre,
estabelecendo sua estrutura organizacional - mediante extinção da Assessoria de
Relações Públicas e Cerimonial, com a criação da Assessoria de Relações
Públicas e da Assessoria de Cerimonial; e altera a Resolução nº 1.534, de 11 de
abril de 2001, que altera a Resolução nº 1.367/98.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 4494/01 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 036/01, que autoriza a abertura de créditos
suplementares no Departamento Municipal de Limpeza Urbana e no Legislativo
Municipal, no valor global de R$1.863.800,80, e dá outras providências.
PROC.
Nº 4455/01 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 035/01, que autoriza o Município de Porto Alegre
a alienar 150.000 Ações Ordinárias Nominativas do BANESPA.
3ª SESSÃO
PROC.
Nº 4269/01 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 107/01, de autoria do Ver. Estilac Xavier, que altera a Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992, e
alterações posteriores - Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre.
(Vereador suplente/cargo Mesa Diretora)
PROC.
Nº 4356/01 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 110/01, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que concede o título honorífico de
Líder Esportivo ao Treinador de Futebol Jaime Schmidt.
PROC.
Nº 4378/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 287/01, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que denomina Rua Raymundo Luiz Marinho
Filho um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Rubem Berta.
PROC.
Nº 4402/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 289/01, de autoria da Ver.ª Helena Bonumá, que
inclui a "Festa da Raça" no Calendário de Eventos Oficiais de Porto
Alegre.
PROC.
Nº 3603/01 - SUBSTITUTIVO Nº 01,
que cria o Conselho Municipal de Justiça e Segurança, os Fóruns Municipais
Regionais de Justiça e Segurança e os Conselhos Comunitários de Justiça e
Segurança, ao PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 022/01, ambos de autoria do Ver. Ervino Besson.
PROC. Nº
4434/01 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 034/01, que dispõe sobre a instalação de estações
rádio-bases e equipamentos afins de rádio, televisão, telefonia e
telecomunicações em geral no Município de Porto Alegre e dá outras
providências. Com Emendas nºs 01 a 11.
Urgência.
5ª SESSÃO
PROC.
3847/01 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 098/01, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que altera a Resolução nº
1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores - Regimento da Câmara
Municipal de Porto Alegre. (comunicações das comissões)
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Vamos considerar corrida a Pauta? Posso
requerer?
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Vereador, esta Presidência, simplesmente
lê os Projetos em primeira sessão, e os Vereadores inscritos abrem mão, e,
automaticamente, é considerada corrida a Pauta.
O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste. O
Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) A Ver.
Maristela Maffei está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste. O Ver. Raul
Carrion está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste. O Ver. Antonio
Hohlfeldt está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Elói
Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Carlos
Alberto Garcia está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu acredito que quando o Sr. Prefeito Municipal
decidiu por enviar a esta Casa uma mensagem retificativa, no Imposto Predial
Territorial Urbano, ele estava reconhecendo que as oposições desta Câmara
tinham absoluta razão quando apontavam a inconstitucionalidade do texto
original.
O
Sr. Prefeito tenta corrigir o seu erro enviando para esta Casa uma mensagem retificativa.
Nós queremos dizer que os Vereadores da Comissão de Constituição e Justiça já
haviam aprovado um parecer, de lavra do Ver. Reginaldo Pujol, que apontava essa
inconstitucionalidade do Projeto. Nós dizíamos, inclusive - Ver. Elói
Guimarães, que é o Presidente da Comissão de Constituição e Justiça -, que
aquele texto enviado pelo Sr. Prefeito Municipal premiava mais uma vez os
ricos, porque, a exemplo do que aconteceu em 1998, os mais ricos entraram na
Justiça com ações de inconstitucionalidade, ganharam essas ações, e não pagaram
o imposto; os mais pobres são isentos sempre. Agora inclusive já estão querendo
pegar um pedaço dos mais pobres, tirando praticamente da isenção total, por
exemplo, aquelas propriedades que eram antigamente da área rural e que agora já
vão pagar alguma coisa de IPTU, a predial pelo menos. Continua a isenção para a
área do terreno, mas a área predial não. Então, aquelas pessoas que ficam
naquela área, que não são ricas, começam também a sofrer pela incúria dessa
Administração que, muitas vezes, quer resolver os seus problemas apenas
aumentando imposto. Aliás, essa não é uma questão nova, há muito tempo as
administrações, quando enfrentam dificuldades, quando enfrentam problemas, ao
invés de trabalhar de forma diferente para resolvê-los, apenas querem aumentar
impostos.
Agora
a Administração manda uma mensagem retificativa para que os Vereadores desta
Casa aprovem essa Mensagem até o dia 15. Imaginem V. Ex.ªs, se o Sr.
Prefeito Municipal, com toda a sua equipe, chamando mais os profissionais da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul levaram mais de ano para poder
estudar esse assunto e para enviar um Projeto errado para esta Casa, Projeto
que teve que ser substituído pelo próprio Prefeito, imaginem, agora, como os
Vereadores desta Casa, num prazo tão curto de oito dias, terão de estudar as
novas medidas, analisar a constitucionalidade ou não, comparar essas medidas
com as anteriores, e colocar tudo isso em votação num prazo de oito dias.
Realmente, o Sr. Prefeito Municipal quer fazer com que esta Casa, mais uma vez,
que fique desmoralizada perante a opinião pública.
Espero
que os Srs. Vereadores reajam, espero que votem contra a essa intenção de
desmoralização desta Casa. Espero que os Srs. Vereadores votem contra esse Projeto
do IPTU progressivo, porque acredito que é a única resposta que podemos dar a
essa tentativa de desmoralização que o Sr. Prefeito faz para com esta Casa.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tenho a
honra de poder fazer um registro, e me permitiria pedir a atenção de todos os
Srs. Vereadores, muito especialmente do Ver. Estilac Xavier como Líder da
Bancada de situação, para uma proposta que está sendo apresentada, neste
momento, por intermédio deste Vereador, à sociedade de Porto Alegre e,
especialmente, também à Prefeitura de Porto Alegre, por parte do ICOMOS (International Council on Monuments and
Sites), Conselho Internacional de Monumentos e Sítios, que é uma entidade
não-governamental, integrante da UNESCO, por intermédio do Arquiteto Nestor
Torelly, Vice-Presidente do ICOMOS no Brasil, da Arquiteta Marta Lompa,
Diretora do ICOMOS no Rio Grande do Sul e do Arquiteto Renato Mathias, que é o
representante do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil) no COMPAC (Conselho
Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural).
Trata-se
de um estudo alternativo para a situação da III Perimetral junto à Igreja
Martin Luther. Todos nós sabemos da disputa que ocorre, já há três anos, entre
a comunidade daquela área e a Prefeitura Municipal, quanto à possibilidade de
conseguir evitar a derrubada de parte da igreja. Pois agora nós recebemos aqui
uma proposta inteligente, prática, e que, dentro do espírito que tem norteado o
trabalho da Prefeitura, de revisar o Projeto, periodicamente, como fez, por
exemplo, em Teresópolis, quanto à conservação de um pequeno chalé histórico que
tem lá, Ver. Estilac Xavier, poder fazer aqui esta proposta que é muito
simples. E neste momento eu mostro aqui esta maquete para explicar o seguinte:
direção Dom Pedro, baixando da Av. Carlos Gomes, em direção a Av. Assis Brasil,
a igrejinha está aqui em vermelho. As pistas seriam estreitadas, quanto à
calçada, não quanto às pistas de rolamento, e nós teríamos uma estação
subterrânea, uma pista subterrânea. V. Ex.ª, que foi Secretário de Obras tem
facilidade para entender a proposta. Com isso nós teríamos a possibilidade de
manter a igreja - V. Ex.ª que conhece o Projeto -, evitar a desapropriação dos
prédios junto à igreja, o que significa aquela permuta diária que deve ser dada
lá na Zona Sul, por parte da Prefeitura. Construiriam a estação, por baixo,
evitaríamos a possibilidade do cruzamento aqui na rua de acesso ao Pastor
Dohms, ao Colégio São João, enfim, com toda uma situação, porque passaríamos a
ter uma parte subterrânea. Teríamos ainda um posto da Brigada Militar, tendo,
enfim, toda a segurança possível.
Mais
que esta pequena maquete, que deve ser dirigida agora ao Prefeito Tarso, e,
desde logo, espero ter o apoio do Ver. Estilac Xavier, como Vereador, como
Líder de Bancada, e, sobretudo, como ex-Secretário, pois participou desse
Projeto, sabendo dele mais do que este Vereador, nós temos, aqui, Sr.
Presidente, todo o estudo de preservação, onde está desenvolvida, inclusive, a
projeção de custos. Daria uma diferença, Vereador, na projeção atual, o a mais
e o a menos que seriam poupados com essas modificações, daria uma diferença em
torno de 1 milhão e 800 mil reais.
Temos,
aqui, então, uma projeção deste desenho e, sobretudo, Ver. Estilac
Xavier, Srs. Vereadores,
senhores moradores de Porto Alegre, a possibilidade da salvação da igreja.
Aqui, nós temos um corte transversal, que evidencia o corte na igreja, a parte
que seria perdida, na verdade, uma reconstrução, e a possibilidade, em fazendo
a parte subterrânea, de podermos evitar isso. Eu acho que esta é uma
contribuição importante de uma entidade, que não é partidária, é uma entidade
técnica e que pode ser levada à consideração do ICOMOS para uma análise
desapaixonada, uma análise objetiva, dentro do espírito que me parece estar
sendo desenvolvido, Ver. Estilac Xavier, e eu digo muito bem desenvolvido, pela
própria Prefeitura. E cito, aqui: lá em Teresópolis, para preservar o chalé, se
fez uma modificação desse tipo e, com isso, me parece que ganha a Cidade, sem
perder a obra.
Eu
acho que a nossa Cidade tem aquela tradição tão bonita, daquele jovem, hoje um
homem de quarenta anos, que subiu numa árvore para evitar a derrubada dessa
árvore, quando, na época, o Prefeito Socias Villela fazia as obras de
alargamento da Avenida. Ganhou a Cidade e a obra não parou. Eu acho que esta
proposta do ICOMOS, por intermédios desses arquitetos e toda uma equipe - o
projeto foi sobretudo desenvolvido pelo arquiteto Eliseu Mascarello, que,
aliás, eu tive a honra de ser colega dele quando lecionava na UNISINOS, na
Faculdade de Arquitetura -, tem o apoio do IAB, e eu queria entregar isso, fui
honrado por ser escolhido, por trazer esta proposta, aqui, de maneira pública
e, depois, ser encaminhada.
Eu
queria, Ver. Estilac Xavier, pedir a sua participação. Quero lhe apresentar os
arquitetos, se é que V. Ex.ª não conhece, porque eu imagino que conheça, pelo
menos alguns deles, para nós podermos marcar uma audiência com o Prefeito
Tarso, encaminharmos a proposta que, sobretudo, honraria a Cidade de Porto
Alegre e deixaria marcada, também, a Administração do Prefeito Tarso, que tem
uma tradição, não só de político, como de intelectual, nesta Cidade.
É
este o registro, Sr. Presidente, agradecendo o Ver. Paulo Brum por poder usar
este tempo da Liderança do PSDB, agradecendo a atenção dos Srs. Vereadores,
sobretudo agradecendo a escolha dos nossos companheiros do ICOMOS, para poder
trazer, aqui, a proposta de público. E dizer ao Ver. Estilac Xavier que o que
nós tivermos que trazer a esta Casa, se isso for necessário para as
modificações, evidentemente o meu compromisso de lutar junto com S. Ex.ª para
nós termos esta alternativa, porque eu acho que ela consegue resolver todos os
problemas, ou seja, ela mantém a avenida, ela mantém a obra e, sobretudo, ela
mantém a nossa igrejinha, que é patrimônio histórico e tombada, inclusive,
desde o tempo do Prefeito Alceu Collares, ratificada pelo Prefeito Raul Pont e
eu penso que, realmente, vale a pena nós tentarmos fazer esse projeto. A
maquete e os documentos ficam com os companheiros arquitetos do ICOMOS, para
que os Srs. Vereadores possam conversar com eles e consultar o projeto. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, quero prestar uma
informação em cima da explanação do nobre e ilustre Vereador, Líder do PSDB.
Primeiro, quero dizer que a proposição dele é inteligente, e que nós vamos
encaminhar uma agenda com o Prefeito, verificando as questões de custo e de
cronograma de obra. É uma proposta deveras inteligente e, por isso, eu faço
este registro, Sr. Presidente, embora não lastreado no Regimento. A importância
do Líder do PSDB nos obriga a fazer esta manifestação pública, e a contribuição
que se dá é muito grande.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu, ontem, folheando o Diário Oficial do
Município, na página 9, vi que há um resultado de licitação que trata da coleta
de lixo em Porto Alegre. Seis empresas foram classificadas, sendo que a
primeira empresa é a PRT, no valor de R$ 28,48 por tonelada, e a última
empresa, a Vega, no valor de R$ 40,91, por tonelada no recolhimento do lixo em
Porto Alegre.
Eu
volto, Ver. Luiz Braz, a me debruçar sobre o assunto e fico extremamente
preocupado com como as coisas andam no DMLU. O Sr. Darci Campani, que era para
vir a este Plenário e acabou, por solicitação de V. Ex.ª, indo à Comissão de
Constituição e Justiça, nessa oportunidade, eu disse ao Dr. Campani que ele
explicou, mas não convenceu. A verdade tarda, mas não falha. No seu depoimento,
num determinado momento, perguntam-lhe o seguinte: “Sr. Diretor, por que o
senhor afastou o presidente da Comissão de Licitação do DMLU, o Sr. Isfrail?”
Ele respondeu: “Eu não o afastei. Ele na verdade queria fazer Mestrado,
queria-se desocupar das questões das licitações e, portanto, eu o devolvi ao
seu órgão de origem.” Vejam, agora, o que chega ao meu gabinete. Chega aqui uma
sindicância, em que o Sr. Zurimar Ildoscudeiro, também membro da Comissão, foi
prestar depoimento naquela Sindicância quando o Sr. Prefeito determinou a
suspensão do contrato, Sr. Presidente. Vejam o que diz o Sr. Zurimar, que é
colega de Comissão de Licitação e relação do Sr. Isfrail: que ouviu um boato,
no Órgão, que uma das licitantes, que não sabe se é a PRT ou outra, teria
oferecido vantagem econômica ao presidente da Comissão de Licitações. Mentiu o
Sr. Darci Campani na Comissão de Constituição e Justiça desta Casa. Portanto,
vai ter que dar explicação a este Plenário. Cheira-me mal essa licitação no
DMLU. O Diretor do DMLU foi patrocinado pelo dono da Empresa Cores na sua
campanha eleitoral, como é patrocinado pela maioria das empresas que prestam
serviços ao DMLU. Mas que negócio é esse de Governo transparente, que dá
contrato para a empresa de um lado e pega dinheiro para a campanha do outro?
Que negócio é esse em que eu dou contrato e pego dinheiro para a campanha do
outro? E a lista está aqui, está à disposição. Então, nós vamos continuar, por
que não é possível, Ver. Luiz Braz, que esteja pagando R$ 39,11 à empresa
Cores; agora alguém por R$ 28,00? O que está errado? Estava pagando demais?
Estava superfaturado? O que ganhou é baixo demais? Afinal de contas, eu não
estou entendendo mais nada. Por que estava pagando 39, e agora vem alguém e diz
que vai fazer por 28. Aí, o Diretor Darci Campani diz que o presidente da
Comissão de Licitação ia fazer o Mestrado. Mas aparece um documento dizendo que
há uma acusação formal contra ele aqui, assinado, de que há um boato.
Olha,
eu quero dizer que um servidor público não tem o direito de lançar sobre outro
servidor público qualquer tipo de comentário. Se ele lançou, tem o dever de
apontar, e é na defesa desse cidadão. Afinal de contas quem foi que ofereceu
propina para esse cidadão? Qual foi a empresa que ofereceu propina para esse
cidadão? Então, o Sr. Darci Campani tem de vir a este Plenário prestar
informações, porque continua cheirando mal o lixo lá no DMLU. Está muito mal.
Ver. Nereu D’Avila, eu vou dizer a V. Ex.ª que já vi coisa feia, mas como essa
não. É um conluio dessas empresas que prestam serviços, é capina para lá,
construtora para cá, e tudo dando dinheiro para a campanha do Sr. Darci
Campani. E contratos prorrogados em época de eleição. Então, isso nós vamos ter
de continuar prospectando, e o Sr. Darci Campani vai ter de vir agora - vou
mandar requisitar as notas taquigráficas da Comissão de Constituição e Justiça
-, porque eu quero ver se ele vai mudar, porque ele disse que esse senhor tinha
saído, e que saiu porque ia fazer Mestrado. Agora estou vendo que há uma
acusação de propina contra ele. Portando, vamos continuar nesse diapasão para
esclarecer, em nome da transparência, que tanto o Governo prega nesta Casa, que
nós somos parceiros para fazer a transparência. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Informamos que o Ver. João Bosco Vaz
estará representando a Câmara na entrega do XVIII Prêmio de Direitos Humanos de
Jornalismo, Justiça e Ética, na segunda-feira, às 20h.
O
Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, todos conhecemos, advindos do interior que somos,
o termo “alçapão” ou “armadilha”. Pois, essa notificação no Projeto de Lei do
IPTU, à última hora, a uma semana do prazo fatal - que será na próxima
sexta-feira, dia 14 – dos trabalhos desta Casa, num desrespeito ao Poder
Legislativo, vem o Executivo, pensando que nós estamos desatentos ou somos
bobos da corte; perfumarias, modificações perfunctórias, preestabelecidas.
Quando
foi feito esse Projeto, naturalmente os seus maquiavélicos construtores devem
ter raciocinado: “Deixa aqui 15%, deixa aqui 14 mil de isenção, para que,
depois, na última hora, nós enganemos os bobos dos Vereadores e modifiquemos e
demos concessões para que eles gravem na população de Porto Alegre um aumento
de fim de ano. Ledo engano dessa Administração e desse lobo vestido de cordeiro
que é o Prefeito Tarso Genro! E se esta Câmara tergiversar e se ajoelhar,
estará escrevendo a mais negra página dos seus mais de duzentos anos. É aumento
de imposto puro e simples! É a mesma cantilena do ICMs da Assembléia; agora,
novamente, com matriz tributária, modifica-se aqui: “Vamos votar o cigarro,
vamos aumentar a bebida”, pensado também que, lá, os Deputados estão
desatentos. Ora, de 15 para 20%! E mais, população de Porto Alegre, aqueles que
assistirão a este programa ou que virão a esta Casa conversar conosco: querem
aumentar para os profissionais liberais, os dentistas, os médicos, os
engenheiros, os advogados, aumentando a alíquota para até 1,6; era de 0,4 a
1,2; vai de 0,6 a 1,6 e, aí, a desfaçatez da explicação do Sr. Secretário: “Só
agora aumentará 70% para os residenciais acima de inflação.” Só 70%, senhoras e
senhores telespectadores, só! E, quem sabe, 100% para os comerciais, só, só
isso, nada mais! É esse o presentinho que o Papai Noel queridinho da
Prefeitura, do Paço Municipal, quer dar às custas do nosso voto. Presentinho
grego à população de Porto Alegre! Mas eu creio que esta Câmara, com a altivez
e com a dignidade que possui, não assinará, em nome dessa população espoliada,
esse recibo de indignidade, tão defendido, em discurso, pela Frente Popular.
Quando
é o Fernando Henrique o aumento de imposto é “escorchar o povo”. Quando
falamos, aqui, na CPMF, que dá 18 bilhões de receita, no início o Sr. Luís
Inácio Lula da Silva era contrário; agora, depois que adotou um marqueteiro,
aí, com os olhos arregalados no poder, já disse que não é mais contrário à
CPMF, que é uma contribuição provisória e poderá, também, transformar-se em um
imposto definitivo. Vergonha desta Nação! É uma vergonha! Um líder metalúrgico
que andava de macacão, que perdeu meio dedo trabalhando em fábrica, agora
aderiu completamente ao marketing, à
gravata e aos altos escalões internacionais. Agora foi apoiar o populismo do
Sr. Chávez, ali na Venezuela. Então é esse o novo PT! É o PT do Sr. Diógenes de
Oliveira, é o do novo discurso, é o que quer escorchar a população de Porto
Alegre por meio do IPTU! Mas esta Câmara, eu tenho certeza, porque eu a conheço,
não há de se ajoelhar diante essa indignidade política!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
(Tumulto
no Plenário.)
Solicitamos
calma, que haja silêncio no Plenário e que nós consigamos conviver com os que
têm opiniões contrárias. Penso que isto é muito importante numa Casa
democrática: entendermos e aceitarmos as manifestação de diversos segmentos
políticos na nossa Câmara. Portanto, pedimos aos Srs. Vereadores que, por
favor, respeitem os colegas quanto às suas manifestações, visto que a tribuna é
livre para que os Srs. Vereadores façam os seus pronunciamentos.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.ªs
Vereadoras, a Cidade assistiu a um movimento nas suas ruas um tanto inusitado,
eu até diria surrealista, quando pequenos produtores rurais da área rural da
Cidade de Porto Alegre com um piquete de cavaleiros, cavalarianos, e alguns
tratores e caminhões percorriam determinadas artérias da Cidade de Porto
Alegre, evidentemente coordenados pelos ativistas militantes do Partido dos
Trabalhadores, e a população não compreendeu esse fato. Trata-se de um projeto
que reajusta o IPTU; a população não entendeu.
Faz-se
importante esclarecer à população que nos ouve do que efetivamente ocorre,
explicar esse imbróglio. O que nós tínhamos anteriormente, Sr. Presidente e
Srs. Vereadores? Nós tínhamos a área rural afeta a um regime tributário
federal. Os pequenos produtores, na nossa periferia rural, estavam sob as
regras de tributação federal, o Imposto Territorial Rural. O Município de Porto
Alegre, em especial o Executivo de Porto Alegre, por assim dizer, arrebanha
todos esses espaços para sobre eles fazer incidir tributo Municipal, faz com
que aquelas áreas afetas ao então ITR passem a ser tributáveis por meio do
Imposto Predial e Territorial Urbano. Fazem o que, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores? Fazem algo de forma maquiavélica. O Projeto do Executivo que visa
aumentar o tributo IPTU tem componentes maquiavélicos. Eles fazem o quê?
Mandam, no Projeto, um dispositivo em que diz: “Área rural: propriedades
produtivas de até 30ha estarão isentas do IPTU.” Com isso, fazem com que os
pequenos produtores rurais do Município de Porto Alegre, que tinham a isenção
antes - porque a arrecadação do Imposto Territorial Rural era um mero
simbolismo -, passem a ser massa de manobra para buscar a aprovação do IPTU.
Veja,
Ver. Haroldo de Souza, V. Ex.ª que sorve um amargo - e isso tem tudo a ver com
a produção rural, com o campo, com a atividade rural -, que manipulação
maquiavélica! Trazem os produtores rurais, que tinham imunidade, que não
recolhiam, e se diz que, a partir do Projeto, eles estarão isentos. Mas eles
são obrigados, são levados por essa artimanha a fazer a campanha de aprovação
do IPTU. E andaram pela Cidade a cavalo, com seus tratores, fazendo o quê?
Pedindo a aprovação do IPTU! Só que é preciso denunciar – e estou fazendo aqui
– o maquiavelismo que se embute no IPTU. Portanto, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, não há remendo capaz de consertar essa tentativa de reajuste do
IPTU em Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs
Vereadoras, público do canal 16, funcionários, distinta assistência que
acompanha esta Sessão, o Governo encaminhou, ontem, uma mensagem retificativa
atendendo às discussões que tem feito com vários Vereadores e Bancadas. Qual
era a grande preocupação dos Vereadores? E o que o Prefeito, com sensibilidade,
e para mudar o cenário político interno da Casa e absorver a crítica,
contemplou no Projeto? Alterou fundamentalmente uma coisa: a planta de valores.
E sua correção vai ter teto para as residências, um limitador, e um limitador
para o comércio; e o saldo, que teria de ser corrigido, será dividido em cinco
anos. Ora, isso é absolutamente justo, na medida em que era a grande
preocupação dos Vereadores.
Fez
mais: uma novidade no Projeto, porque não havia alteração para viúvas, órfãos e
aposentados por invalidez, pois a Lei vigente determina que a isenção se dê
para imóvel de 3 mil e 800 reais. Pois o Executivo elevou para viúvas, órfãos e
aposentados por invalidez ou doença para 57 mil reais o valor do imóvel. E
alterou a isenção dos imóveis de 3 mil e 800 reais para 17 mil e 500 reais,
independente da situação do proprietário.
O
nobre Ver. João Antonio Dib, por quem temos respeito e profunda admiração,
equivocou-se quando leu a mensagem retificativa do Governo no que diz respeito
aos descontos por antecipação do pagamento do IPTU. O Projeto anterior previa
uma ampliação de prazo e reduzia o primeiro desconto até janeiro, de 15% - era
de 20, passava para 15% - e mantinha os 10% para quem, até o dia 15 de
fevereiro, fizesse o pagamento. Isto também repercutiu. Pegamos esta crítica e
fizemos o seguinte: mantivemos os 20% de desconto em janeiro, mantivemos os 10%
de desconto em fevereiro, só que ampliamos o prazo para 1º de março. Foi uma
leitura atravessada, e eu estou aqui dizendo que ela não está certa. Quem não
quer votar no IPTU arranja qualquer desculpa, ou qualquer pretexto: é o tempo,
é a falta de discussão, temos que fazer uma reforma geral nos tributos, não
podemos espoliar a classe média, mas os mesmos Vereadores sabem que esta Casa
tem responsabilidade com o público, que é manter as receitas equilibradas, mas
nem de receita se trata aqui.
Este
Projeto eleva em 10 milhões, de uma receita/despesa estimada em 1 bilhão e 400
milhões, ao longo de cinco anos. A repercussão, no ano que vem, é 10 milhões.
Ora, a principal virtude deste Projeto é terminar com as distorções da planta
de valores, e aplicada, aí sim, a segunda principal virtude: a alíquota
progressiva, respeitando a capacidade econômica e contributiva do munícipe de
Porto Alegre. Vou falar de outras coisas aqui: franqueza e cinismo são palavras
que se repelem; isso é um paradoxo. Quem nos ensina isso é Mazarin, no seu
Breviário dos Políticos. Ele faz uma recomendação aos políticos: “Que nunca as
tuas palavras nem teus gestos caiam no licencioso, o que é próprio dos bufões.”
Vir a esta tribuna esbravejar é a coisa mais fácil que há; o difícil é ter a
arte e o talento de convencer com lógica e argumento.
Eu
ouvi um líder aqui, há pouco, de um respeitado partido do campo de oposição e
que compõe conosco no Congresso Nacional, dizer que esta Casa se curvará se
aprovar o Projeto do Município, estabelecendo a página mais negra da história.
Página mais negra? Na Semana da Consciência Negra? Na Semana da Consciência
Negra ele invoca um preconceito racial para justificar a sua posição política!
Próprio de quem? Dos licenciosos. Não se pode fazer isso; não se pode dizer as
coisas dessa forma. Eu estou dizendo isso, Ver. Isaac Ainhorn, com todo
respeito e admiração que tenho por V. Ex.ª, que é um opositor do Projeto, mas o
Projeto é respeitoso com a Casa; ele é sensível porque tenta abraçar as
preocupações dos Vereadores. Ele o fez de forma correta. Eu, pessoalmente,
procurei líder por líder, Vereador por Vereador, avisando. Fui repelido por um
líder, que, quando lhe disse que o Prefeito estava informando, disse: “Não
quero falar com o Prefeito.” Eu lhe disse: “Mas o Prefeito não está falando com
V. Ex.ª, eu lhe estou comunicando.” Ele disse: “Não, agora ele não quer falar
comigo?” Eu disse: “Não, o Prefeito quer estar-lhe informando.” E fui repelido
sem nenhuma outra palavra.
Eu
quero dizer, Senhores, que uma casa com a grandeza que tem esta aqui, que se
preocupa com os direitos e os interesses da Cidade, independente das opiniões,
tem o nosso respeito, e a mensagem vem no sentido de compor, porque se pode,
inclusive, emendar com outras proposições, melhorando o Projeto e atendendo aos
interesses dos Vereadores, que representam legitimamente o espectro
político-ideológico desta Cidade. Minhas considerações a todos os Vereadores
desta Casa. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, quero comunicar que o Partido Comunista do Brasil
estará realizando, nos dias 9, 10, 11 e 12 de dezembro, no Centro de Convenções
do Rio-Centro, a plenária final do X Congresso do nosso Partido. Essa plenária
final - que deverá reunir em torno de oitocentos delegados do PC do B, dezenas
de delegações de todo o mundo, representações de todos os partidos populares,
progressistas e de esquerda deste País - conclui seis meses de processo congressual.
Nesse processo congressual, realizaram-se mais de novecentas conferências
municipais, milhares de assembléias dos organismos de base do nosso Partido e
observou-se um crescimento de 75% no número de participantes no atual Congresso
em relação ao Congresso passado, tendo, ao todo, reunido, durante esses seis
meses, trinta e cinco mil militantes do Partido Comunista do Brasil.
Deve-se
dizer que o nosso Congresso não é uma mera convenção onde as pessoas vão votar,
mas elas participam de três, quatro, cinco reuniões, elegem as direções desde
os organismos de base até o Comitê Central, que será eleito na próxima semana.
Foram discutidas exaustivamente e aprovadas, com emendas, as teses do Partido
sobre a situação internacional, sobre a necessidade de um novo rumo para o
Brasil e sobre as questões partidárias - um Partido renovado, mas, ao mesmo
tempo, fiel aos seus princípios. Comunico isso, e digo que, como membro da
delegação do Rio Grande do Sul, que deverá viajar para o Rio de Janeiro, não
estarei, por estar participando desse Congresso, nas sessões plenárias desta
Casa - na segunda e quarta-feira - quando estarei licenciado e sendo
substituído por outro membro da Frente Popular. É importante dizer isso, porque
irá ser votada uma matéria de imensa importância, que é o Projeto do IPTU
Progressivo. Por isso mesmo, faço questão de registrar aqui a postura, a
posição e o voto que o PC do B daria sobre essa matéria. Seria um voto
favorável às alterações do IPTU nesta Cidade. Primeiro, porque somos favoráveis
ao imposto progressivo, previsto no art. 156 da Constituição Federal, Ver. João
Antonio Dib, modificado pela recente Emenda Constitucional nº 029, de 13 de
setembro de 2000. Portanto, o que estamos votando é a adequação da nossa
legislação em relação ao imposto progressivo na Cidade de Porto Alegre, Emenda
Constitucional que permite a progressividade em razão do valor do imóvel, em
razão da localização do imóvel e em função do tipo de uso do imóvel. Da mesma
forma, somos favoráveis à progressividade do IPTU, prevista no art. 182 da
Constituição, que é uma progressividade extra-fiscal, uma progressividade
político-urbana. A progressividade - é bom que a cidadania de Porto Alegre
tenha conhecimento - significa que paga mais quem tem mais e que paga menos quem
tem menos.
Queria
dizer que, da mesma forma que somos favoráveis à progressividade, nós nos
preocupamos com que essa progressividade se dê de uma forma justa e com maior
eqüidade fiscal. Nesse sentido, protocolamos duas Emendas, uma delas
determinando que qualquer recálculo do imposto, decorrente da modificação do
valor venal, prevista no art. 9º, seja sempre limitada pelo aumento da
inflação, quando for através de Decreto, só sendo permitido aumento superior
quando for por lei.
Para
finalizar, protocolamos uma outra Emenda - que parece ter sido em parte
contemplada pela mensagem retificativa - de que qualquer aumento do recálculo
da aplicação do imposto progressivo, neste ano, que seja superior à inflação,
seja por divisão durante cinco anos, parcelando esse percentual durante os
cinco anos fiscais seguintes. Questão que me parece ter sido contemplada pela
mensagem retificativa. Vou examinar e, se as minhas preocupações estiverem
contempladas, farei a retirada das Emendas. Muito obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Havendo quórum, passamos à
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): Sr. Presidente, as Lideranças acordaram
que se vote, primeiramente, dois Requerimentos, que são urgentes. São dois
Requerimentos sem número do Ver. Marcelo Danéris. O primeiro é sobre créditos
suplementares do DMLU; o segundo, sobre alienação de ações do BANESPA.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Eu vou suspender a Sessão por alguns
minutos até que se chegue a um consenso.
(Suspendem-se
os trabalhos às 11h02min.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia – às
11h18min): Reabertos os
trabalhos. Peço a atenção especial de todos os Srs. Vereadores. Esta
Presidência vai explicar o procedimento durante esta Sessão. Foi acertado, com
as Lideranças, que as matérias definidas por todas as Lideranças como
não-polêmicas não serão nem discutidas nem encaminhadas. Os Projetos definidos
como polêmicos pela maioria das Lideranças serão discutidos por dois Vereadores
favoráveis e dois Vereadores contrários, e serão encaminhados por três
Vereadores favoráveis e três Vereadores contrários, no máximo.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, não sei se entendi, mas
eu disse que o meu Projeto eu faço questão de encaminhar.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): V. Ex.ª colocou que o seu Projeto não era
polêmico.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Não é polêmico.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Não é polêmico; então V. Ex.ª vai ter que
incluí-lo.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Então, eu o incluo como polêmico, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): V. Ex.ª participou da reunião toda.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Eu sei. Mas eu faço questão de
encaminhar. Então coloco o meu Projeto como polêmico.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Convoco todas as Lideranças. (Pausa.)
Retomando a Sessão. Definido: os Projetos
não-polêmicos não serão discutidos nem encaminhados; os Projetos polêmicos
serão discutidos no máximo por dois Vereadores favoráveis, dois contrários e
encaminhados no máximo por três e três.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): Fui informado pela Ver.ª Sofia Cavedon
que um Projeto de minha autoria, que eu priorizei, foi escolhido. Só peço para
retirar, independente, nem que não
se vote neste ano. Ele não está pronto, depende de uma posição do Ministério
Público, que me ligou. Dispõe sobre liquinhos P2. Não importa, Sr. Presidente,
não vou criar dificuldades, que ele sequer seja votado neste ano. Votado hoje,
prejudicaria a matéria. Peço para retirá-lo.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): A ordem dos trabalhos definida pela
reunião: primeiramente vamos votar o Requerimento s/nº do Ver. Marcelo Danéris
referente ao Processo nº 4494 e outro Requerimento s/nº do Ver. Marcelo Danéris
referente ao Processo nº 4455, solicitando urgência em ambas as matérias.
Depois votaremos: primeiro o PLL nº 088/00, não-polêmico; o PLL nº 253/01,
não-polêmico; o PR nº 082/01, polêmico; o PLL nº 041/01, não-polêmico; o PLL nº
023/01, polêmico; o PLL nº 045/01, não-polêmico; PLL nº 141/01, não-polêmico; o
PLL nº 129/01, polêmico; o PLL nº 167/01, não-polêmico; o PLL nº 198/01,
não-polêmico; o PLL nº 236/01, polêmico; o PLL nº 207/01, não-polêmico; o PLL
nº 174/00, polêmico; o PLL nº 053/00, polêmico; o PLCL nº 004/01, polêmico.
Lembro
às Sr.ªs Vereadoras e aos Srs. Vereadores que, terminando esse
processo, seremos obrigados a correr duas Sessões Extraordinárias.
O SR. NEREU D’AVILA: Olhando o espelho da Sessão, tomei
conhecimento de que o PLL nº 053/00, da Ver.ª Helena Bonumá, além de ser
polêmico, tem o Substitutivo de minha autoria. A Vereadora, por quem eu tenho o
maior respeito, admiração e amizade pessoal, não está presente. Eu penso que
este Projeto não tem por que, hoje, ser apreciado. Vou esperar a Vereadora e
combinar com ela. Eu tenho o Substitutivo, e ela tem o Projeto, que é de alto
teor explosivo. Eu pediria a gentileza dos Srs. Líderes para que deixassem este
Projeto sobrestado.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Tem o acordo do Partido dos
Trabalhadores.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Perfeito. Quem pediu para colocar foi o
Partido dos Trabalhadores. Esta Presidência tinha o entendimento de que não
deveria ser colocado.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Com o apelo do Ver. Nereu D’Avila,
estamos acordando.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): E o Ver. Estilac Xavier entendia que
tinha que ser colocado.
O SR. NEREU D’AVILA: Eu agradeço à Bancada do Partido dos
Trabalhadores.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em votação o Requerimento s/nº número, de
autoria do Ver. Marcelo Danéris, referente ao PLE nº 36/01 (créditos suplementares
no DMLU e no Legislativo Municipal), para que seja considerado em regime de
urgência e submetido a reunião conjunta da CCJ, CEFOR e CUTHAB. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação o Requerimento s/nº, de autoria do Ver. Marcelo Danéris, referente ao
PLE nº 35/01 (alienação de ações ordinárias nominais do BANESPA), para que seja
considerado em regime de urgência e submetido a reunião conjunta da CCJ, CEFOR
e CUTHAB. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
1423/00 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 088/00, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que
autoriza o Executivo Municipal a criar
o Fundo Municipal de Crédito Educativo (FUNCRED) no Município de Porto Alegre e
dá outras providências.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto;
- da CEFOR.
Relator Ver. Carlos Alberto Garcia: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Valdir Caetano: pela rejeição do Projeto;
- da CECE.
Relatora Ver.ª Sofia Cavedon: pela rejeição do Projeto;
- da CEDECONDH.
Relator Ver. Almerindo Filho: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em discussão o PLL nº 088/00. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação nominal solicitada pela Ver.ª Sofia Cavedon.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO
por 13 votos SIM, 09 votos NÃO, com Declaração de Voto do Ver.
Adeli Sell.
“
Declaração de Voto
É
inconstitucional, votei contra.
(a)
Ver. Adeli Sell.”
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem):
Sr. Presidente, esse
Projeto, apesar de ser autorizativo, ele autoriza a criação de um fundo, e a
Constituição Federal diz que a criação de fundos tem que ser por Lei
Complementar, então eu consulto V. Ex.ª: Não tendo alcançado dezessete votos,
mesmo que tenhamos votado um projeto de lei ordinária, houve um problema
realmente na nossa Bancada, ele era considerado, por nós, polêmico, mas a
negociação diz que era não-polêmico, mas uma coisa objetiva. Ele é autorizativo
- e aí a minha dúvida -, mas ele cria fundo, e pela Constituição Federal,
criação de fundos tem de ser por lei complementar. É esta a questão de ordem,
Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Perfeito. Ver. Nereu D’Avila.
O SR. NEREU D’AVILA: Sou obrigado a vir a público para dizer,
primeiro, que não foi Questão de Ordem; segundo, foi intempestiva; terceiro,
quebra o nosso acordo de perda de tempo. Passou na Comissão de Constituição e
Justiça, da qual o Ver. Juarez Pinheiro é um dos brilhantes componentes. Se ele
deixou passar lá, é questão prescrita, acabou.
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com
aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
3736/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 253/01, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que
revoga a Lei nº 8.125, de 6 de janeiro de 1998, que denomina Av. Senador Darcy
Ribeiro um logradouro irregular localizado no Núcleo Esperança, no Bairro
Restinga Velha.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em discussão o PLL nº 253/01. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por
unanimidade.
(encaminhamento: autor e
bancadas/05minutos/sem aparte)
PROC.
3609/01 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 082/01, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que altera o inciso II
do art. 68 do Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre. (tempo de
duração/CPI)
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria
absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, II da LOM;
- votação nos termos do
art. 126 do Regimento da CMPA.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): PR nº 082/01. Lembramos aos Srs.
Vereadores que este é aquele primeiro
Projeto elencado como polêmico. Então discutem dois Vereadores favoráveis, dois
Vereadores contrários e encaminham três favoráveis e três contrários.
O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, desculpe a interrupção,
também intempestiva, mas construtiva, para fazer justiça ao Ver. Juarez
Pinheiro, porque eu não costumo, na minha vida, cometer injustiças deliberadamente:
ele votou contra na CCJ o Projeto; portanto, ele foi coerente. Só que agora eu
penso que a Questão de Ordem é preclusa, ou seja, não cabia.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Está refeita a dúvida. Ver. Marcelo
Danéris.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, para esclarecimento: são
dois e dois na discussão e três e três no encaminhamento? Esse é o acordo de
Lideranças e Mesa?
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para encaminhar o PR nº 082/01.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente Fernando Záchia, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, este Projeto, de nossa autoria, é um Projeto
simples, mas de um significado muito grande, na nossa avaliação, querido Ver.
Haroldo de Souza. Ao chegar a esta Casa e, ao manusear o nosso Regimento, uma
das questões que me chamou a atenção foi o prazo das CPIs nesta Casa. Desde a
elaboração da Lei Orgânica - isso vem lá da elaboração da Lei Orgânica -, se
estabeleceu um prazo de noventa dias para fazer uma CPI. Eu sou membro de uma
CPI - do DEMHAB -, que não será, em caso de este Projeto ser aprovado,
atingida, porque ela foi constituída antes deste Projeto. Mas quero dar o meu
depoimento, como membro da CPI.
A
CPI foi constituída no dia 21 de agosto; até que ela passou a funcionar,
passaram-se 15 dias; depois de 15 dias, começamos a ouvir os primeiros
depoimentos de pessoas arroladas. Os documentos foram pedidos, não vieram nos
quinze dias, não vieram nos vinte, não vieram nos trinta. Nós já marchávamos
para mais da metade do prazo da CPI, e a CPI não tinha saído, ainda, dado os
seus primeiros passos. Então, eu quero dizer que este Projeto, na verdade,
busca dar condições para que uma CPI, que não é um tempo indeterminado, que não
é um ano, que não são dois anos, permitindo que se tenha um prazo de seis meses
para fazer uma CPI, com a profundidade que, na maioria das vezes, se exige de
uma CPI. Eu não estou fazendo isso pela minha cabeça, estou fazendo isso
baseado no Regimento da Assembléia Legislativa, que considero, em muitas questões,
melhor do que o nosso. Eu busquei esse subsídio no Regimento da Assembléia
Legislativa, que dá o prazo de quatro meses para a CPI, prorrogáveis por mais
dois.
Veja
o exemplo da Assembléia Legislativa, Ver. Nereu D’Avila: mesmo em seis meses,
tiveram que fazer um mutirão, trabalhar durante à noite, trabalhar nos finais
de semana para chegar à conclusão do relatório da Segurança Pública. Como
exigir da Câmara de Vereadores que faça uma CPI, por exemplo, como a do DEMHAB,
em noventa dias? Quando nós intimamos as pessoas, elas não vêm; elas dizem que
vão vir na outra audiência, tudo deliberadamente; quando se requisitam
documentos, os documentos não vêm. Como fazer uma CPI com profundidade num
prazo de noventa dias? E, aí, quero atentar - porque eu sei que o Governo, com
certeza, vai ser contra essa matéria - para que, quando falo em CPI, não falo
em CPI só para investigar atos do Governo. Por exemplo, há nesta Casa, hoje,
duas CPIs que não têm absolutamente nada para investigar em questões do
Governo: a questão dos telefones, que é uma CPI assinada pelo conjunto desta
Casa e que não foi instalada; e a segunda, a CPI do Montepio, que não foi
instalada. Então, quando eu falo de seis meses, não estou falando de seis meses
porque é CPI que vai investigar atos do Governo; eu estou falando para qualquer
CPI que haja nesta Casa. Agora, estamos aí com o Requerimento para prorrogar a
CPI; já está protocolado. Se nós tivéssemos o Regimento mudado, não
precisaríamos ficar reunindo Representativa, reunindo o Plenário, discutindo
prorrogação. Esta é uma casa política, e veja o seguinte, Presidente da Bancada
do PDT, Ver. Nereu D’Avila: nós marcamos o dia da reunião, todos tem uma
agenda; daqui a pouco um não pode vir, outro não pode vir, isso é do andamento
de uma casa política. Agora, se fôssemos, por noventa dias, encerrar todas as
nossas atividade parlamentares, e só fazer CPI , seria possível. Mas isso não
ocorre, isso nunca ocorrerá, porque as atividades são simultâneas.
Então,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu solicito aos meus pares que analisem, com
muito carinho, a possibilidade de votar favoravelmente a este Projeto. Mas
quero deixar muito claro aqui, antes que o Governo venha dizer que este é um
Projeto para perseguir o Governo: não é Projeto para perseguir Governo, não é
um Projeto para “botar canga” no Governo; é um Projeto que visa
indiscutivelmente melhorar a qualidade das CPIs nesta Casa. As suas histórias
não tem sido boas, basta olhar os seus relatórios, basta olhar a história de
cada CPI nesta Casa. Eu diria que são muitos os motivos para uma CPI não dar
certo nesta Casa, na nossa avaliação, mas um deles, indiscutivelmente, eu
sublinho, que também foi decisivo para que elas não chegassem a melhores
resultados: o exíguo tempo que as CPIs sempre tiveram para tratar de assuntos
tão polêmicos como o carnaval, como tantos outros. Muito obrigado Sr.
Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Alertado pela diligente Diretora
Legislativa, para esta matéria é só, está certo o Ver. Sebastião Melo,
encaminhamento, porque já tinha sido encerrada a sua discussão. Então, o Ver.
Sebastião Melo já encaminhou como um dos três favoráveis.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Concordo, se há problemas regimentais,
mas então eu proponho que esta matéria fique para o final. Não dá para entrar
num acordo que nós fizemos e nos preparamos para uma matéria polêmica dessas,
onde só há encaminhamento. Então,
proponho o seu adiamento para o final. Ela quebra todo o acordo.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Essa ordem já foi aprovada; inclusive já
estamos no processo de votação, na medida em que o Ver. Sebastião Melo já
encaminhou a matéria. Já havia sido, Ver. Juarez Pinheiro, V. Ex.ª é bastante
atento, encerrado o seu período de discussão.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, para manter o acordo, que
encaminhem cinco Vereadores a favor e cinco contra. Já que o acordo era:
discutirem dois Vereadores a favor e dois Vereadores contra, e encaminharem
três Vereadores a favor e três Vereadores contra. Assim, estará resolvido o
assunto. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): A questão é a hegemonia de forças.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, apenas como alternativa à
sua consideração. Na questão do FUNCRED nós quisemos manter exatamente o acordo,
porque nós não procedemos de acordo com o que pensávamos no momento de acordar
as matérias a serem votadas, e, mesmo querendo discutir, abrimos mão, para
manter o acordo. Por uma questão de equanimidade, Sr. Presidente, já que nós
pensávamos em discutir essa matéria de forma exaustiva e agora só podemos
encaminhá-la, será que essa proposta do Ver. Marcelo Danéris não é mais
equilibrada para que nós possamos nos
preparar? É apenas uma consideração. Muito obrigado.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Marcelo Danéris.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O momento não altera; mesmo no final
serão três Vereadores a favor e três Vereadores contra; não vai possibilitar
nenhum espaço maior de discussão. Esta Presidência no momento chamava a
atenção, também não me dei conta: era votação nos termos do art. nº 126 do
Regimento. Isso foi alertado.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, solicito, então, já que o
acordo foi quebrado...
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Vereador, o acordo não foi quebrado.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Foi quebrado, porque houve uma informação
errada do Vereador... (Ininteligível por superposição da fala do Sr.
Presidente.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Não foi quebrado, Ver. Marcelo Danéris.
Informação errada? O seu Líder participou da reunião. Negativo! Não foi
quebrado o acordo! O acordo não foi quebrado. V. Ex.ª está falando em que
tempo? Questão de Ordem, Requerimento só
depois do processo de votação. Nós estamos no processo de votação.
(Pausa.
Corte do som.)
O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, para explicar, não estou
tratando que V. Ex.ª quebrou o acordo. É óbvio que não. O acordo foi quebrado
por uma informação incompleta, que não é responsabilidade de V. Ex.ª, nem da
Diretoria Legislativa, nem de mais nada. Quando o Ver. Sebastião Melo colocou
este Projeto, não informou que não poderia ser discutido. Como foi um acordo de
Lideranças, ficou prejudicado o acordo. Não pela parte de V. Ex.ª, mas por
parte da informação. Isso que eu queria explicar. Por conta desse prejuízo, nós
estamos pedindo para a Bancada do Partido dos Trabalhadores ser a última a
encaminhar. Senão, ficamos prejudicados, com dez partidos encaminhando e nós.
Era apenas isso e somente isso.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Ver. Marcelo Danéris, a ordem do
encaminhamento não tem obrigatoriamente de ser alternada: um contrário e um
favorável. Podem os três favoráveis encaminhar.
O
Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para encaminhar o PR nº 082/01.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras
e Srs. Vereadores, Ver. Almerindo Filho, o que nós vamos votar agora não é uma
pequena coisa. Quando se coloca, Ver.ª Clênia Maranhão, de um lado os direitos
e garantias individuais do cidadão, de uma pessoa que é acusada, nós não
podemos tratar isso de uma forma rebaixada ou diminuída, porque isso é um
princípio basilar da Constituição Federal, no art. 5º.
Nós
temos aqui, cotejando, Ver.ª Clênia Maranhão, duas questões importantes. De um
lado o instituto fundamental, uma das funções fundamentais do Poder
Legislativo, que é a fiscalização. Uma das principais funções que pode realizar
uma casa legislativa. De outro lado, temos os direitos e as garantias
individuais da pessoa. Portanto, mexer nesses institutos é uma grande
responsabilidade de qualquer parlamento. O Ver. Sebastião Melo propõe essa
alteração, a meu juízo, nobre Vereador, de uma forma absolutamente sem
substância. Ele apanha uma CPI e, em cima de um fato, vai elaborar uma regra
geral, abstrata, para um instituto da maior importância para o Poder
Legislativo, para a democracia. Vem justificar aqui a sua proposta com a CPI do
DEMHAB. Não é isso que está em jogo, isso é uma redução imperdoável, que este
Parlamento não pode fazer, sob pena de legislar de forma, a meu juízo,
irresponsável. Por que é que eu digo que é irresponsável? Esta Casa,
contrariamente ao que disse o Ver. Sebastião Melo, que não tem a sua história,
e demonstrou na sua intervenção, teve inúmeras CPIs realizadas, não apenas na
legislatura passada, mas em outras legislaturas, com pessoas notáveis da vida
política desta Cidade e deste Estado. Vou dar o nome de um: o ex-Deputado
Federal, ex-Governador Jair Soares, que presidiu aqui uma CPI que alcançou os
seus objetivos, inclusive contrários àqueles que a Bancada do Partido dos Trabalhadores
defendia à época.
O
Ver. Sebastião Melo generalizou. O Ver. Sebastião Melo sabe, e deveria dizer,
que no caso da CPI do DEMHAB havia seis fatos a serem investigados, e ele
colocou mais treze fatos. Ele sabe que os fatos tinham que ser fatos determinados,
mas colocou fatos genéricos, e agora não se consegue chegar a lugar nenhum.
Não
é problema de prazo, é de descumprimento do parágrafo 3º do art. 58 da
Constituição, que diz que uma CPI tem que ter fato determinado, e fato
determinado é fato típico, claro, que não deixa dúvidas, incontroverso, e não
como fez o Ver. Sebastião Melo, incluindo mais treze itens. Agora, procura
colocar a responsabilidade em cima da Câmara de Vereadores, em cima do
instituto da CPI, inclusive denegrindo alguns parlamentares que já passaram por
esta Casa, dizendo que as CPIs aqui não dão em nada.
Trago
à colação - e já trouxe - Jair Soares, e trago à colação aqui, Vereador, se V.
Ex.ª não sabe, qual é o papel de uma CPI. É investigar e, depois, as
investigações são encaminhadas ao Ministério Público. E a última CPI aqui
realizada fez isso, e V. Ex.ª sabe que tem, mediante os inquéritos que
tramitaram, a ação civil pública em andamento e quebra de sigilo.
Portanto,
Srs. Vereadores, é uma irresponsabilidade propor esse tipo de matéria, em cima
de um exemplo colocar as liberdades, as garantias individuais dos cidadãos
acusados. Se houver tempo, se houver necessidade de apurar as investigações,
Ver. Sebastião Melo, nós fazemos a prorrogação; isso é possível. Há uma decisão
do Supremo, que V. Ex.ª tanto apregoa na imprensa e nos releases que manda para todo mundo; agora, mexer nesse instituto,
colocar, porque hoje são algumas pessoas, amanhã outros partidos estarão no
governo, e mesmo pessoas particulares, porque uma CPI pode investigar também a
iniciativa privada, desde que receba recursos públicos, e para uma CPI sabemos
que um terço pode propor a sua constituição.
Portanto,
é um equívoco histórico desta Casa mexer num instituto que funciona bem, cujo
problema não é o tempo, e sim a existência de fatos indeterminados a serem
apurados. Não vamos pensar na CPI do DEMHAB, nem no ex-Governador Jair Soares;
vamos votar responsavelmente. Esse é o apelo da Bancada do Partido dos
Trabalhadores. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra
para encaminhar o PR nº 082/01.
O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu tenho o maior respeito pelo Ver. Juarez
Pinheiro, inclusive na Comissão de Constituição e Justiça ele sempre tem, como
estudioso do Direito, brilhantes pareceres, enfim, é um Vereador atuante e
fundamental. Mas nessa parte eu creio que o que há atualmente no Regimento, os
noventa dias, sob qualquer... Vou falar até me excluindo da CPI do DEMHAB,
porque aí eu seria como parte, teoricamente, defendendo. Não é o caso. Eu falo
como Vereador em relação ao prazo. Seja qualquer CPI, eu acho que o prazo de
noventa dias... O que está acontecendo hoje no Brasil é que algumas CPIs tiveram
frustrados os seus trabalhos, enfim, são questões normais, nem todas têm o seu
desiderato atingido, nem todas tem a sua fundamentação provada, enfim, são
questões pertinentes a cada uma em si. Mas, na verdade, há, no decurso da CPI,
problemas incidentais, problemas de convocação, umas deliberadas outras não, do
não-comparecimento, por vários motivos, às vezes com má-fé, outras vezes não,
por questões de agenda do próprio depoente. É claro que a CPI tem força
judicial, pode intimar uma testemunha mediante determinação judicial, e ela tem
de vir à força, mas essa é uma medida in
extremis.
Vê-se,
nas CPIs da Assembléia, por exemplo, a do leite, que está em andamento, sem
muita polêmica, talvez não atinja os seis meses, mas tem ao seu dispor esse
prazo. A outra, polêmica, que teve repercussão nacional e que recentemente terminou, a da segurança, que o prazo de seis
meses foi pouco.
Estamos,
por exemplo, diante de uma questão real na Câmara Municipal de Porto Alegre.
Encerramos, regimentalmente, no dia 15 de dezembro, os trabalhos. O Regimento
diz, alterado por este Vereador, que só em casos excepcionais as comissões
funcionariam no recesso. Eu fiz essa modificação porque se vendeu, em Porto
Alegre, durante o carnaval, em fevereiro, ingressos falsos. Isso foi um
escândalo e a Câmara não pôde, por meio de uma Comissão Especial, uma Comissão
Externa, embora chamada ao debate, adentrar na gravidade da situação de venda
de ingressos falsos. Então, por iniciativa deste Vereador, foi colocado no
Regimento que excepcionalmente as Comissões Temporárias funcionariam no recesso
para, por exemplo, esse tipo de acontecimento. A Câmara não fica, durante o
recesso de férias, deitada de papo para o ar. Não. Há uma Comissão
Representativa que dá exemplo para o Brasil todo e que funciona regularmente.
Mas as Comissões estavam impedidas de funcionar mesmo excepcionalmente.
Então,
estamo-nos deparando agora, quando a CPI teve problemas, percalços, diligências
não cumpridas, enfim, retomou os seus trabalhos. Agora que ela está fluindo
normalmente, está entrando num crescendo, está-se buscando, enfim, está no seu
leito normal, vem o recesso, não se sabe se pode ou não, se terá ambiente,
clima para prosseguir durante o recesso.
Então,
são questões em que o aumento de prazo sempre trará benefícios, porque, se
esgotado o objeto da CPI ou os objetos, se for mais de um, a CPI se conclui,
mesmo que não se utilize todo o prazo. Agora, noventa dias está claro, pelo
menos ultimamente se tem notado, que o prazo é pouco.
Portanto,
encaminhamos favoravelmente ao aumento do prazo para uma tranqüila investigação
e uma tranqüila conclusão das futuras CPIs. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Apregoamos a Emenda nº 01 ao Substitutivo
nº 02 ao PLL nº 023/01, de autoria do Ver. João Antonio Dib. Também a Emenda nº
03 ao Substitutivo nº 01 ao PLL nº 023/01, de autoria do Ver. João Antonio Dib.
O
Ver. Raul Carrion está com a palavra para encaminhar o PR nº 082/01.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores.
Encaminho contrariamente, em nome da Bancada do Partido Comunista do Brasil, PC
do B, e vou fundamentar o porquê. Ver. Humberto Goulart, nós não estamos
discutindo uma questão em tese, se a duração de uma CPI deve ser de três,
quatro ou seis meses. Nós estamos discutindo essa questão, de grande
importância para a Casa, de uma forma casuística, diretamente vinculada à CPI
do DEMHAB que está em andamento; e o Ver. Sebastião Melo, quando fez esse
Projeto, disse isso com todas as letras. Portanto, não estamos discutindo em
tese. É para essa CPI - para a qual não conseguem dar um fim, fazer um
relatório, maculada desde o seu início por irregularidades e ilegalidades - que
querem criar um casuísmo; só que vai ser para o resto. Eu vou recordar a
questão do Parlamentarismo em 1961. Eu, pessoalmente, sou parlamentarista, mas
o que era o parlamentarismo em 1961, quando deram o golpe em Jango? Era
casuísmo e era golpe. E mesmo os parlamentaristas se levantaram contra. Por
isso, nós temos que discutir no concreto: Por que o Ver. Sebastião Melo quer
ampliar o prazo da CPI? Porque ele quer driblar a obrigação constitucional de
que haja prazo certo. Uma CPI, meus amigos, que foi criada com dezenove fatos
indeterminados e genéricos; que pediu oito mil documentos, por meio de
dezesseis requerimentos, que já está comprovado que foram entregues dentro do
prazo e o que houve foi atraso na saída do pedido da Casa. Uma CPI que assumiu
um caráter inquisitório e de prejulgamento.
Em
uma Sessão, da qual eu saí um pouco mais cedo, procurava-se induzir o depoente:
"Mas, algum Vereador pediu para não pagarem?" Aí o cidadão:
"Não!" "Mais alguém, o senhor não lembra?” "Teve o
deputado, ou a deputada tal que lutou conosco.” Como não se agüentava mais o inqüisitor acusou: “Mas e o ex-Vereador
fulano de tal?"
Na
última reunião dessa CPI, assistimos a uma situação constrangedora em que um
dos depoentes, intimado por um assistente disse: "Mas, fulano, tu não
combinaste isso comigo. Tu deverias ter combinado certinho para a gente se
manifestar."
É
uma CPI onde o Presidente que deveria ser, pelo Regimento, não o é; onde
suplentes, que não estão previstos no Regimento, o são. O que eu chamo atenção,
Ver. Almerindo Filho, é que nós não estamos discutindo uma questão, em tese, de
quantidade de meses; estamos votando em cima de um casuísmo, que está sendo
montado, para que a CPI do DEMHAB caiba dentro de um tempo, que ninguém mais
sabe o prazo, torne-se indeterminado.
São
propostos cento e vinte dias; prorrogação de mais sessenta dias; já se levantam
interpretações do Supremo Tribunal, que ainda pode prorrogar. Já se fala que,
se a Comissão for encerrada, pode ser pedida outra. Então, vamos para o reino
da ilegalidade, da inconstitucionalidade, e é esta questão que está sendo
discutida, e não o número de meses.
Por
isso, entendemos que a CPI do DEMHAB, que é o que fundamenta esta prorrogação,
está sendo uma CPI manipulada – não é nem questão de caráter político, porque
caráter político toda CPI tem. Mas é um caráter político inquisitorial, que não
cabe nesta Casa. Na semana passada, o Ver. Nereu D’Avila havia previsto três
reuniões dessa CPI durante a semana; apesar disso, não conseguem lograr uma
única conclusão, um único fato determinado, uma única acusação concreta, afora
problemas administrativos que existem, dos mais variados, em qualquer situação.
O encaminhamento, portanto, da Bancada do PC do B é contrário a este Projeto.
Muito obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para encaminhar o PR 082/01.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores. A primeira coisa que quero expressar é que sou
favorável, sem dúvida nenhuma, que passe para cento e oitenta dias, mas
precisamos uma regulamentação muito bem feita para o procedimento das CPIs.
Tenho observado, e aqui foi citado pelo Ver. Juarez Pinheiro, caso da CPI
presidida pelo então Ver. Jair Soares, que, em tempo hábil, fez seu trabalho. É
verdade que o número de pessoas a serem ouvidas era muito pequeno, mas, de
qualquer forma, fez um trabalho em estritos termos jurídicos. Ele fez como se
fosse um magistrado, com uma série de colocações perfeitas, fazendo com que a
CPI andasse rapidamente.
A
primeira coisa é regulamentar, assim como Questão de Ordem precisa ser
regulamentada. Em qualquer momento querem uma Questão de Ordem, e não é. É
preciso orientar os Vereadores sobre o que é Questão de Ordem. O que se está
colocando agora é daqui para a frente. Daqui para a frente, eu não vejo, em
momento algum, restrição para que se faça o tempo de cento e oitenta dias para
as CPIs. A Procuradoria da Casa, em Parecer Prévio, não tinha óbices jurídicos
a apresentar; poderia ser feito. Isso tem acontecido na Assembléia, no
Congresso Nacional, tudo com tranqüilidade. Mas o Desembargador Salvador
Horácio Vizzotto, em Ação Direta de Inconstitucionalidade da Lei Orgânica do
Município de Carlos Barbosa, disse: (Lê.) “Inobstante a ausência de regra
explícita na Constituição Federal de 1988 e na Constituição Estadual de 1989, os
Municípios estão obrigados à observância do processo legislativo nelas
previsto, como princípio sistêmico do regime federativo adotado pela primeira.”
Essa ação foi julgada procedente em Ação Direta de Inconstitucionalidade, como
disse o Relator, o Desembargador Salvador Horácio Vizzotto, pessoa em quem
coloco toda a credibilidade. Portanto, o que se está pretendendo agora é
normalizar um tipo de trabalho que é inerente aos plenários dos Legislativos,
que é a Comissão Parlamentar de Inquérito, para que não seja dito, depois, que
foi uma Comissão “Parlamentar” de Inquérito. Não estamos falando no passado.
Estamos falando daqui para a frente. Vamos estabelecer o prazo de cento e
oitenta dias, ao invés dos cento e vinte que hoje são permitidos pelo Regimento,
à semelhança do que acontece na Assembléia e no Congresso Nacional. Eu não vejo
nenhuma restrição, não vejo nenhum problema.
Eu
coloquei aqui o parecer da Procuradoria, citei o Parecer da ação de
inconstitucionalidade do Des. Salvador Horácio Vizzotto. Mas o que mais me
preocupa é a forma com que as CPIs são realizadas. Eu tenho participado de uma
série delas, aqui, e o desperdício de tempo é muito grande; há a preocupação de
um e de outro lado de impedir que as coisas aconteçam. Quando a testemunha é favorável
ao lado A, o lado B diz que a testemunha tem uma série de dificuldades; as
Questões de Ordem começam uma contra a outra e quando é o contrário, o lado B é
a testemunha, o lado A já se manifesta contrariamente. Isso não pode continuar.
Eu
acho que CPI é importante, é o instrumento da mais alta importância do
Legislativo, mas precisa ser muito bem usada, até por que, foi citado aqui pelo
Ver. Juarez Pinheiro, de repente, uma pessoa fica exposta por tempo demasiado,
sem necessidade. A CPI deve andar com pressa, dentro de preceitos rígidos para
que atinja os seus objetivos, senão não adianta nem ser cento e oitenta dias,
nem dezoito dias. Por isso eu encaminhei favoravelmente aos cento e oitenta
dias, com uma regulamentação rígida. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para encaminhar o PR nº 082/01.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero
lembrar que, nesta Casa, nós formamos uma Comissão, neste ano, para discutir
proposições de alterações no Regimento. Inúmeros Vereadores apresentaram
sugestões para alterações no Regimento, alguns querendo novas comissões.
Apareceu a sugestão de subcomissões e, mais recentemente, esta proposta do Ver.
Sebastião Melo. Com relação a esta proposta do Ver. Sebastião Melo, eu quero
citar dois casos que julgo serem importantes. Primeiro: o Ver. Sebastião Melo,
pelo menos, a meu juízo, está fazendo uma proposta que penso ser casuística e,
ao mesmo tempo, oportunista. Ou seja, quer gerar um fato em cima de um fato que
não está sendo apurado, porque, na realidade, não estamos propondo aqui uma
alteração, simplesmente, está-se propondo uma prorrogação da CPI do DEMHAB. E
isso é o que está em foco neste momento, embora, Ver. João Antonio Dib, V. Ex.ª
faça um sinal que não, eu o conheço, e sei que V. Ex.ª não vota com essa
intenção, mas a intencionalidade para mim aqui é clara. É por isso que eu
disse: “Por que não foi apresentado isso junto à Comissão que estava
trabalhando para analisar essencialmente alterações no Regimento?”
Segundo:
a Constituição do nosso País é bem clara quando menciona as Comissões
Parlamentares. Consta na Constituição, no art. 58, parágrafo 3º: “As Comissões
Parlamentares de Inquérito que terão poderes de investigação próprios das
autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas
Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em
conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço dos seus membros,
para apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo as suas conclusões,
se for o caso, encaminhadas ao Ministério Publico para que promova
responsabilidade civil ou criminal de infratores.” Quando fala em fato
determinado, eu quero relembrar que esta Comissão, quando foi criada, elencou
dezenove fatos. Um dia, eu usei um termo aqui, nesta tribuna, disse que
“parecia uma metralhadora, dando tiros para todos os lados, mas o alvo
principal não se sabia onde estava”.
Segundo,
prazo certo. Aqui é sessenta mais trinta, é noventa. Claramente, querem mudar
as regras do jogo no meio do caminho. Então, eu volto a dizer que é uma
proposta casuística, e não podemos comungar com isso. Noventa dias é tempo
suficiente apurar alguma irregularidade, quando se tem fato determinado, e,
para terem uma idéia, com duas sessões semanais, nós poderemos ter vinte
sessões num prazo de noventa dias. Isso é o que é normalmente, mas a Comissão
pode convocar quantas reuniões julgar e entender necessárias. Então, portanto,
mais que noventa dias nós achamos que não é necessário.
Eu
volto a dizer, só para concluir, Sr. Presidente, propostas casuístas e
oportunistas não terão o nosso voto.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em votação nominal o PR nº 082/01,
solicitada pelo Ver. Sebastião Melo. (Após a apuração nominal.) APROVADO por 18 votos SIM, 11 votos NÃO.
Declaração
de Voto do Ver. Adeli Sell:
“Declaração
de Voto
É
um mecanismo que prejudicará os trabalhos normais da Câmara e depõe contra as
necessidades de nosso povo.
(a)
Ver. Adeli Sell.”
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Declaração de Voto do Ver. Juarez
Pinheiro:
“Declaração
de Voto
Foi
um erro histórico desta Câmara.
(a)
Ver. Juarez Pinheiro.”
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
1079/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 041/01, de autoria do Ver. Ervino Besson, que
institui calendário para limpeza de ruas e conservação de praças e jardins no
Município de Porto Alegre. Com Emenda nº
01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nereu D'Avila: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Valdir Caetano: pela rejeição do Projeto;
- da COSMAM.
Relator Ver. Beto Moesch: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em discussão o PLL nº 041/01. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por
unanimidade.
Em
votação a Emenda nº 01 aposta ao PLL nº 041/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA
por unanimidade.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
0887/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 023/01, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que
autoriza o Poder Executivo a implantar o Restaurante Popular no Município de
Porto Alegre. Com Substitutivos nºs 01 e
02. Com Emendas nºs 01 e 02 ao Substitutivo nº 01.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto, dos
Substitutivos nºs 01 e 02 e das Emendas nºs 01 e 02 ao Substitutivo nº 01.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em discussão o PLL nº 023/01, com
Substitutivo nº 01 e nº 02, com Emendas de nº 01 e nº 02 ao Substitutivo nº 01.
(Pausa.)
Alertamos
aos Srs. Vereadores que, primeiro, nós vamos votar o Substitutivo nº 01, de
autoria do Ver. Aldacir Oliboni. Se aprovado, prejudica o Substitutivo nº 02 e
o Projeto.
Em
discussão o Substitutivo nº 01 ao PLL nº 023/01. O Ver. Aldacir Oliboni está
com a palavra para discutir.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, existem nesta Casa três Projetos que dizem
respeito ao restaurante popular, o PLL, o Substitutivo nº 01 deste Vereador e o
Substitutivo nº 02 do Ver. Haroldo de Souza. É importante que se diga que, dos
três, o Substitutivo nº 01 é o único que prevê o controle do Poder Público.
Se
nós avaliarmos, hoje, os que já existem, tanto em Belo Horizonte como no Rio de
Janeiro, o único que tem o poder de controlar, de fiscalizar, enfim, de fazer
toda a licitação dos produtos que serão adquiridos para a sua implementação é o
de Belo Horizonte, implementado pelo companheiro Patrus Ananias.
Nós
observamos que, durante a execução desse Projeto, por sua vez, o Governo
Municipal já vinha executando uma política para implementá-lo em Porto Alegre.
Fez um estudo na gestão anterior, e, agora, por intermédio do fórum constituído
para, de fato, elaborar o Projeto, diz-se claramente ao Poder Executivo que é
preciso administrá-lo e ter o seu controle, porque, na medida em que nós não
tivermos o seu controle, os preços das refeições poderão ser subsidiados com um
valor muito alto. Se observarmos o de Belo Horizonte, veremos que o subsídio é
de 85 centavos, e o custo para a população é de 1 real. Já no Rio de Janeiro,
que é terceirizado, o subsídio já passa de 2 reais, enquanto que em Belo
Horizonte permanece em 85 centavos.
Nós
entendemos, e por isso é importante salientar, que o presente Projeto de Lei
autoriza a criação de um restaurante popular na Cidade. Tal iniciativa amplia o
acesso da população a uma alimentação de qualidade e com preço acessível. Por
meio do restaurante popular, a Prefeitura realiza uma eficiente intervenção
efetiva no setor de alimentação fora de casa, em favor daqueles que de fato
ainda não têm acesso a isso.
Nós
sabemos que existe uma infinidade de propostas para que seja executado o
restaurante popular, seja no Centro ou seja nos bairros, como, por exemplo, a
iniciativa recente das entidades da Azenha, que implementaram um restaurante
naquela localização. Sabemos que esse restaurante popular localizado na Azenha
já passa por dificuldades, porque é mantido por entidades. Na medida em que nós
o implementarmos em Porto Alegre e tivermos o controle do Poder Público, haverá
a licitação dos produtos hortifrutigranjeiros, fiscalização, como também poderá
ser viabilizado que ele nunca ultrapasse um real, e o subsídio poderá ser
sempre inferior quando esse serviço não é terceirizado. Portanto, temos também
um estudo desse fórum que foi constituído e que apresentou o Projeto ao
Prefeito Tarso Genro, o que vem ao encontro do meu Substitutivo nº 01.
De
outro lado, poderá haver a viabilização desse projeto não só em Porto Alegre,
como também em grandes centros no interior do Estado, e já se está discutindo
com o Governo do Estado. Eu tenho a certeza absoluta de que os nobres
Vereadores farão um estudo sobre se querem terceirizar um serviço que, logo ali
adiante, custará muito caro, ou se querem que esse serviço tenha o controle do
Poder Público. Por isso nós, que temos a função primordial de defender os
interesses da população, podemos viabilizar uma alimentação adequada àqueles
que de fato precisam, devemos nos empenhar para que isso seja concretizado, não
só para aqueles que hoje estão no Centro, mas também àqueles a quem hoje a FASC
procura atender.
A
Emenda nº 1 ao Substitutivo nº 01 já viabiliza que a FASC possa comprar
determinadas refeições para fornecer àqueles que, de fato, não têm condições de
pagar. Solicito o apoio dos nobres pares para o Substitutivo nº 01. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum) A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra
para discutir o Substitutivo nº 01 ao PLL nº 023/01.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.ªs
Vereadoras, a idéia do Projeto é meritória, com certeza isso é necessário, é
uma forma de amenizar toda a questão da exclusão social, das conseqüências de
uma política nacional de não-desenvolvimento, de uma política nacional de
concentração de renda, de poder. É uma maneira de alcançar alimentação mais
barata para as pessoas com baixo poder aquisitivo, porém trata-se de um Projeto
que gera gastos para o Executivo e, nesse sentido, é muito complicado abrirmos
precedentes nesta Câmara, porque nós, Vereadores, todos comprometidos com a
inclusão social, todos aqui preocupados com a situação das pessoas com baixo
poder aquisitivo, com o desemprego, com a miséria, temos diferentes idéias e
gostaríamos de ver acontecer diferentes obras dentro da Cidade. Só que não cabe
a nós decidirmos o investimento do Orçamento. Não cabe a nós Vereadores, o
Legislativo determinar os gastos do Executivo. Nós temos nesta Cidade um belo
processo onde nós podemos incidir, onde nós podemos construir políticas, sim;
não é o Prefeito, no seu gabinete, que determina, nós podemos estar organizados
junto com um movimento popular, com um movimento social, podemos e devemos, e
certamente muitos de nós estamos, para constituir estas políticas dentro do
equilíbrio que a Administração deve manter no Orçamento, no que se refere a
custeios, novos investimentos, pessoal, então, daqui para lá, independente de
uma construção coletiva de orçamento, é muito complicado aprovar projetos desta
maneira.
Veja
como as discussões não são descasadas, Ver. Aldacir Oliboni, eu respeito muito
a idéia que V. Ex.ª traz aqui juntamente com o Ver. Haroldo de Souza. Essa é
uma idéia que, por V. Ex.ªs terem levantado, debatido, colocado
projetos, ela está sendo pensada pelo Executivo, mas, certamente, por uma
séries de outros movimentos, por ações reais, por restaurantes que até já
existem, as pessoas se mobilizam, ela também está sendo construída lá no
movimento social. Então não é um projeto de lei que deve criar isso, porque,
senão, eu teria muitas idéias, poderia construir aqui um projeto de lei que
autoriza abertura de creche, a construção de creche comunitária, é muito
semelhante ao restaurante popular, só que a minha parte penso que estou fazendo
- e muitos Vereadores também -, ao discutir educação infantil, ao mobilizar as
pessoas em torno de educação infantil, ao fazer parte de uma caminhada que
esclarece e luta por creches! Bem, a comunidade de Porto Alegre conquistou isso
no Orçamento, constituiu viabilidade para que o Orçamento se abrisse para
construção de creche. Então, daqui de dentro, para um projeto de lei , além de
ilegal e inconstitucional, seria artificial, não tem habilidade econômica. Não
é o fato de escrever ali que é autorizativo que resolve esse problema. Nós
fazemos o autorizativo, cria-se uma saia justa para o Governo, cria-se um
espaço para o debate político que não é real, dizendo: “O Governo não quer
fazer o restaurante popular.” O Governo tem um conjunto de compromissos que vem
do movimento social, que vem da construção da população organizada, e o
Orçamento está compromissado com isso. Para mim a forma mais legítima de gerarmos
é por meio do movimento social, nós, Vereadores, nos inserindo no movimento
social. Então, eu vou me abster em respeito ao Ver. Aldacir Oliboni, eu não vou
votar contra, mas fiz questão de vir aqui dizer que o nosso método deve ser
outro, que projetos autorizativos não contribuem. Se nós temos belas idéias,
deveremos fazer o debate no movimento social, devemos mobilizar a sociedade no
equilíbrio que o Orçamento tem que ter para conseguirmos efetivar essas belas
idéias. Eu creio que é assim, creio que é um aprendizado, é difícil para nós,
Vereadores, vivermos com essa limitação de não estarmos com a caneta na mão, de
não sermos o Executivo. Isso é difícil, porque temos belas idéias, os grupos
que nos rodeiam, que trabalham conosco têm belas idéias, nós precisamos
conquistar isso no processo do movimento social e não através de projeto de
lei. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra
para discutir o Substitutivo nº 01 ao PLL nº 023/01.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu já
tive oportunidade, em outra ocasião, de analisar os dois Projetos desta
tribuna. Lembro o que disse aqui. Enquanto a Câmara estava atrasada na
discussão do Projeto do Ver. Haroldo de Souza e do Substitutivo do Ver. Aldacir
Oliboni, as lideranças comunitárias resolveram agir. Elas agiram, foram mais
rápidas do que esta Casa e, na Azenha, agora, funciona o primeiro restaurante
popular.
Eu
não sei por que o Ver. Aldacir Oliboni não tentou um entendimento com o Ver.
Haroldo de Souza. O Ver. Haroldo de Souza foi o primeiro a apresentar o
Projeto, se dedicou a isso; parece-me que foi o primeiro Projeto que o Vereador
apresentou na Casa, preocupado com essa situação. E eu disse, desde o início,
ao Ver. Aldacir Oliboni que a Bancada do PDT tem dificuldade de votar com o
Substitutivo, já está comprometida com o Projeto do Ver. Haroldo de Souza,
embora tenhamos o entendimento de que esse Projeto, embora meritório,
importante, que vai ao encontro das necessidades e das carências da maioria da
população, não precisaria ser tocado em frente por meio de um projeto de lei
nesta Casa. No entanto, se a Prefeitura quisesse, por exemplo, montar o
restaurante popular, Ver. Haroldo de Souza, teria montado, sem nenhum projeto,
sem substitutivo. V. Ex.ª poderia ser chamado na Prefeitura, V. Ex.ª poderia
ter conhecido o Projeto da Prefeitura e V. Ex.ª, com certeza, não iria se opor,
em nenhum momento, a que esse Projeto pudesse ser transformado num projeto de
todos os cidadãos desta Cidade. Então, eu trago a esta tribuna, Ver. Haroldo de
Souza, a proposta e a posição da Bancada do PDT: nós votamos com o Projeto de
V. Ex.ª, votamos contra o Substitutivo do Ver. Aldacir Oliboni, por entender,
entre os vários motivos e as várias alegações e argumentos dos Vereadores da
nossa Bancada, que: primeiro, V. Ex.ª foi o pioneiro na Casa em apresentar o
Projeto; segundo, V. Ex.ª tem-se mostrado, nesta Casa, preocupadíssimo com essa
situação. Tem levantado essa bandeira e tem direcionado o seu mandato popular
ao encontro dessa comunidade carente. Portanto, esta é a posição da Bancada do
PDT: votamos com o Projeto do Ver. Haroldo de Souza e contra o Substitutivo do
Ver. Aldacir Oliboni. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para discutir o Substitutivo nº 01 ao PLL nº 023/01.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, o Ver. João Bosco Vaz foi muito feliz, ao deixar
bem sublinhado que, ao longo destes treze anos, os Prefeitos que vieram se
sucedendo, da mesma força política, poderiam ter avançado na matéria, e não o
fizeram. Então, quero dizer que, quando V. Ex.ª trouxe este assunto, e pautou
este assunto, com as crianças de rua, como restaurante popular, é evidente que
a nossa Bancada, do PMDB, vai apoiar o Projeto e votar contra o Substitutivo do
Ver. Aldacir Oliboni. Primeiro, porque foi V. Ex.ª que, inicialmente, levantou
este assunto, propondo o Projeto. Mas essa não é a razão principal. A razão
principal é que o Ver. Aldacir Oliboni é do Governo. O Ver. Aldacir Oliboni vai
fazer um projeto de restaurante popular, sendo do governo? Ele tinha é que ter
pressionado o governo dele, ao longo desses doze anos, para fazer um restaurante
popular. Vamos autorizar o Governo do Município, do qual ele é membro, a
implantar o restaurante popular?
É
evidente, Ver. Haroldo de Souza, que há uma contradição entre o discurso e a
prática, porque se o governo do Ver. Aldacir Oliboni quisesse colocar um
restaurante popular, primeiro, não precisava de projeto; segundo,
evidentemente, já teria colocado.
Portanto,
o nosso voto será fundamentado, primeiro, pela iniciativa, porque pensamos que
- Ver. Aldacir Oliboni, com o maior respeito a V. Ex.ª, que sei também tem esta
preocupação, assim como outros Vereadores – quanto ao Vereador que começa a
debater uma matéria anteriormente, por questão de boa conduta, de relações, sua
idéia tem de prevalecer.
Queremos
cumprimentar V. Ex.ª pela iniciativa, e dizer que efetivamente participei da
inauguração do restaurante popular, lá estive e também estiveram os Vereadores
Estilac Xavier e Raul Carrion, e isso é uma mostra cabal de que realmente o
Poder Público é moroso, porque as associações, a sociedade civil organizada,
por meio da Vila Cruzeiro, por intermédio do apoio de empresários, de pequenos
comerciantes, conseguiu colocar na prática aquilo que, na verdade, é um desejo
de V. Ex.ª: fazer com que o Poder Público faça o restaurante popular.
Cumprimentos
pela iniciativa, e o nosso voto será nessa direção, no sentido de derrotar o
Substitutivo do Ver. Aldacir Oliboni e votar nos Substitutivos nº 2 e nº 3 de
V. Ex.ª, consolidando, dessa forma, essa matéria. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Encerrada a discussão. (Pausa.) Em
votação. O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para encaminhar o
Substitutivo nº 01 ao PLL nº 023/01.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu acompanho essa discussão nesta Casa desde o
início desta Legislatura, e lastimo que não tenha ocorrido um acerto por parte
dos proponentes. Ao mesmo tempo, fico bastante gratificado, porque,
originalmente, quem teve a idéia no nosso País foi o atual Governador do Rio de
Janeiro, pré-candidato à Presidência da República pelo nosso Partido, Anthony
Garotinho, que entendeu que o nosso País é um país com dificuldades sociais
cada vez mais crescentes, onde a população, a cada ano que passa, tem diminuído
o seu poder aquisitivo, e resolveu, no Rio de Janeiro, criar o restaurante
popular. Fico contente que hoje inúmeros Estados e várias cidades tentem copiar
esse modelo. A realidade é que talvez chegue um dia em que a nossa população
tenha o poder aquisitivo de escolher o seu próprio alimento, mas hoje sabemos
que não é essa a situação. Grande parte da população passa fome.
Aqui
em Porto Alegre há um projeto pioneiro de algumas associações – esse projeto
foi no bairro da Azenha -, mas não é por coincidência que fica junto à Sede
Municipal do PSB, mostrando que, quando se quer e se tem vontade política,
pode-se, sim, pelo menos, minimizar a fome de alguns.
Sabemos
que esse projeto vai ter custos, vai onerar os cofres públicos e vai depender,
única e exclusivamente, da vontade do Sr. Prefeito. Quero dizer que, no Rio de
Janeiro, o restaurante popular, em que cada um paga 1 real, o Governador
subsidia com 2 reais e 80 centavos. Então, não é 1 real. Há custos, mas, ao
mesmo tempo, existe a vontade política, sim, de um Governador que quer ser
Presidente da República para diminuir as injustiças sociais, para tentar fazer
com que, a cada época que passa, essas injustiças possam ser minimizadas.
Portanto,
volto a dizer, o Projeto e a idéia são boas, só lastimo que não houve, por
parte dos parlamentares, um acordo maior para viabilizar esse Projeto. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação nominal o Substitutivo nº 01
ao PLL nº 023/01, solicitada pelo Ver. Sebastião Melo. (Após a apuração
nominal.) REJEITADO por 03 votos SIM, 17 votos NÃO, 08 ABSTENÇÕES
Em
discussão o Substitutivo nº 02 ao PLL nº 023/01, de autoria do Ver. Haroldo de
Souza. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação nominal, por solicitação do
Ver. Haroldo de Souza, o Substitutivo nº 02 ao PLL nº 023/01. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) APROVADO por 17
votos SIM, 04 votos NÃO e 06 ABSTENÇÕES.
Em
votação a Emenda nº 01 aposta ao Substitutivo nº 02 ao PLL nº 023/01. (Após a
apuração nominal.) APROVADA por 15
votos SIM, 7 votos NÃO, 1 ABSTENÇÃO. Com isso está prejudicado o PLL nº 023/01.
Requerimento
de autoria do Ver. Almerindo Filho para que seja retirado de tramitação o PLL
nº 045/01. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2233/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 141/01, de autoria dos Vereadores Adeli Sell e Maria
Celeste, que dispõe sobre a linguagem inclusiva na legislação e documentos
oficiais. Com Emenda nº 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CEDECONDH.
Relatora Ver.ª Helena Bonumá: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em discussão o PLL nº 141/01. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação o PLL nº 141/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Em
votação a Emenda nº 01 ao PLL nº 141/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA
por unanimidade.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2141/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 129/01, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal,
que isenta os proprietários ou locatários residenciais do pagamento de tarifa
dos serviços de estacionamento rotativo (Área Azul) nas vias públicas do
Município de Porto Alegre e dá outras providências. Com Emenda nº 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Estilac Xavier: pela rejeição do Projeto;
- da CEFOR.
Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº
01.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
113 da LOM;
-
incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em discussão o PLL nº 129/01. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. O Ver. Ervino Besson está com a palavra para
encaminhar.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quanto
ao PLL nº 129/01, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal, nós, em nome da
Bancada do PDT, estamos encaminhando favoravelmente. Um proprietário tem de ter
o mínimo direito de estacionar o seu veículo! Hoje, a Cidade de Porto Alegre,
os logradouros públicos estão tomados por flanelinhas. Em qualquer lugar que se
vá há um flanelinha que faz aquilo que bem entende com os motoristas. Eu já
falei desta tribuna o que aconteceu no último sábado na inauguração da árvore
de Natal no Parcão.
Como
eu já disse, Ver. João Antonio Dib, eles são tão organizados, que são duas
equipes. Quando chega um cidadão para estacionar o seu veículo, tem um grupo
que cobra o que bem entende desse cidadão. A pessoa, até para que o seu carro
fique seguro, paga o que eles exigem. Quando a pessoa sai, há outro grupo que
também cobra, e se a pessoa não pagar, eles ameaçam, como aconteceu com este
Vereador e com tantas outras pessoas que estavam no Parcão no último sábado. É
um absurdo! Agora, o proprietário de veículo tem que ter o direito de
estacionar o seu veículo em frente a sua casa. Ele já paga impostos, tem uma
carga tributária enorme e ainda lhe privam do direito de estacionar o seu
veículo. Portanto, Ver. Pedro Américo Leal, votaremos favoravelmente o seu
Projeto, pois entendemos que vem ao encontro do direito do proprietário
estacionar o seu veículo em frente a sua residência. Portanto, em nome da
Bancada do PDT, saudamos a iniciativa do Ver. Pedro Américo Leal. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra
para encaminhar o PLL nº 129/01.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, fiz
questão de, antes de encaminhar esta matéria, em nome da Bancada do Partido dos
Trabalhadores, conversar com o Ver. Pedro Américo Leal. Desnecessário, Ver.
Pedro Américo Leal, dizer o quanto o respeitamos como uma pessoa representativa
da sociedade gaúcha pelo seu padrão moral, pelo seu brilhantismo, pela sua
inteligência, pela sua dedicação ao serviço público, pela sua alegria e também
pela sua amizade. Todos nós – e falo não só em nome da Bancada do Partido dos
Trabalhadores, como também em nome de todos os seus colegas Vereadores. V. Ex.ª
é daqueles parlamentares - e eu o assisti na Assembléia Legislativa - que não
inventa coisas. O Ver. Pedro Américo Leal quando legisla é em razão de fatos
sociais. Acho que é assim que se legisla, e não se legisla quando fica-se
dentro do gabinete, distanciado da realidade social, não se legisla bem,
inventando coisas para criar problemas para um eventual adversário político que
esteja no Governo. V. Ex.ª não tem essa postura, V. Ex.ª é uma referência para
quem esteja num Parlamento, seja em nível municipal, seja em nível estadual.
Faço
todas essas observações, porque fui incumbido de encaminhar parcialmente
contrário à matéria, e só sob ponto de vista de ordem jurídica, não sob o ponto
de vista do mérito, porque pelo mérito, em face da sua proposta, da proposta do
Ver. Pedro Américo Leal, da proposta do Coronel Leal, da proposta do
ex-Deputado Leal, o Poder Executivo já está verificando, mediante a
possibilidade que lhe dá de competência o novo Código de Trânsito em alterar o
disciplinamento dessas matérias, ou seja, aquelas pessoas moradoras terem um
abatimento no preço público - isso não é uma tarifa, é um preço público -,
cobrado de quem estaciona o seu veículo numa área de parquímetros. O parquímetro
é um instituto...
O
tempo não me permitiu, mas valeu as observações que fiz a V. Ex.ª Só sob o
ponto de vista da legalidade, votamos contra. As suas observações já são
aceitas por nós, Ver. Pedro Américo Leal, é um exemplo e um símbolo para todos.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para encaminhar o PLL 129/01.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estou
encaminhando favoravelmente ao Projeto, com a inclusão da Emenda nº 01 do Ver.
Antonio Hohlfeldt.
Faço
um chamamento até ao autor do Projeto para examinar os argumentos que vou
expor. Quero dizer que eu moro no Centro de Porto Alegre; ainda não existe área
azul em frente, mas provavelmente haverá, e eu entendo a situação de alguém que
mora ou trabalha em uma área azul, e fica com grande dificuldade em usar o
estacionamento na sua rua. Qual é o objetivo da área azul? O objetivo da área
azul é uma democratização do espaço sabendo que nessas áreas de grande
movimento é preciso haver rotatividade. Mesmo a pessoa que tem um negócio, ou
um serviço, também tem interesse em que haja acessibilidade ao seu negócio.
Então, parece-me que, por um lado, a preocupação do Ver. Pedro Américo Leal é
justa, porque hoje ocorre a situação de um morador, muitas vezes, deixar o
carro, à noite, não tendo garagem e, às vezes, vai sair às 8h, sendo que, às
7h, já vige o horário da área azul. Ele, portanto, tem até que levantar mais
cedo, para ir acionar o parquímetro. A proposta do Vereador Antonio Hohlfeldt
previne isso; por ela é permitido o estacionamento gratuito até duas horas por
dia.
Vou
colocar outra situação. A pessoa trabalha fora e almoça em casa; então, ela
precisa-se deslocar no horário do almoço, estacionar perto da sua casa. Com
essas duas horas, a pessoa está possibilitada de almoçar; duas horas é o
suficiente. Então o que eu vejo? Nós não podemos pensar no que ocorre somente
em frente à nossa casa. Se quero ir almoçar em casa, eu, não necessariamente,
estaciono na frente da minha casa; eu posso estacionar na quadra seguinte, na
quadra anterior, etc. Então, se não houver uma rotatividade, eu que só tenho
duas horas para usar, não terei essa possibilidade, a não ser que deixe o meu
carro, permanentemente, ali, porque se eu sair pela manhã não encontrarei lugar
ao voltar. Pode haver uma Lei permitindo que eu estacione em qualquer horário
em frente à minha casa; mas se eu chegar e houver um carro estacionado, não me
adianta a Lei. Quer dizer, o próprio conteúdo da Lei do Ver. Pedro Américo Leal
só será exeqüível se eu estacionar, permanentemente, em frente de casa. E aí
não há razão para ter um veículo; para que eu tenho carro?
Eu
penso que a Emenda do Ver. Antonio Hohlfeldt, além de democratizar, viabiliza
melhor essa disponibilidade de locais de estacionamento, porque, se não em
frente à minha casa, pode ser que em frente à casa do vizinho esteja livre,
pois a Emenda do Vereador coloca: “No entorno do endereço.”
V.
Ex.ª percebe, Ver. Pedro Américo Leal? Mesmo que o estacionamento esteja
ocupado em frente à minha casa, porque eu saí e não posso mandar o guincho
tirar - porque não é isso que o seu Projeto propõe; o seu Projeto determina que
se eu mantiver o carro ali, eu possa ficar. Portanto, permite, na parte da
manhã, cedo; permite no horário do almoço; permite no fim do expediente;
porque, não necessariamente, às 19h, eu estou chegando em casa, porque se eu
chegar às 18h, estarei dentro das duas horas. Se eu sair às 9h, estou dentro
das duas horas. E, se eu estacionar no almoço, estou dentro das duas horas.
Então, eu peço para V. Ex.ª examinar. Parece-me que a Emenda do Ver. Antonio
Hohlfeldt mantém o espírito da democratização, garante para o morador, no
entorno, condições mais favoráveis, e torna mais exeqüível a sua intenção, Ver.
Pedro Américo Leal. Muito obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação nominal o PLL nº 129/01. (Após
a apuração nominal.) APROVADO por 17
votos SIM, 07 votos NÃO, 01 ABSTENÇÃO.
Em
votação a Emenda nº 01 aposta ao PLL nº 129/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA,
contra o voto do Ver. João Bosco Vaz, Ver. Pedro Américo Leal, Ver. João Dib,
Ver. Beto Moesch, do Ver. Ervino Besson. Vamos fazer a verificação de votação.
Verificação
nominal dos votos à Emenda nº 1 ao PLL nº 129/01. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) REJEITADA por 09 votos SIM, 14 votos NÃO e 03 ABSTENÇÕES.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2509/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 167/01, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que institui o título "Amigo da Criança
e do Adolescente". Com Emendas
nºs 01 a 08.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em discussão o PLL nº 167/01. (Pausa.)
Em
votação o Requerimento de retirada das Emendas números 2 e 5 apostas ao PLL nº
167/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO.
Encerrada
a discussão. Em votação o PLL nº 167/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
por unanimidade.
Em
votação, em bloco, as Emendas nº 01, 03, 04, 06, 07 e 08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS por unanimidade.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2983/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 198/01, de autoria do Ver. José Fortunati, que
altera a redação do art. 1º da Lei nº 7.497, de 21 de setembro de 1994, que
estabelece penalidades aos estabelecimentos comerciais que venderem ou servirem
bebidas alcoólicas a crianças ou adolescentes menores de idade e dá outras
providências.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;
- da CEFOR.
Relator Ver. Ervino Besson: pela aprovação do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em discussão o PLL nº 198/01. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
por unanimidade.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
3454/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 236/01, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que
dispõe sobre o fornecimento de troco nos estacionamentos rotativos pagos, em
vias e logradouros públicos, no município de Porto Alegre.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em discussão o PLL nº 236/01. (Pausa.) A
Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir o PLL nº 236/01.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, o Projeto, de minha autoria, em votação neste
momento, dispõe sobre o fornecimento de troco nos estacionamentos rotativos
pagos em vias públicas de Porto Alegre. Refere-se às dificuldades que os
usuários dos parquímetros de Porto Alegre têm enfrentado. Quando precisam
estacionar os seus carros, procuram aquelas máquinas e são obrigados a ter
moedas de até cinqüenta centavos.
Essa
situação permite que os azuizinhos
multem o motorista, porque ele não tem o troco suficiente exigido pela empresa
concessionária do Poder Público. O usuário do estacionamento não é diferente do
usuário do transporte coletivo. O Projeto procura, então, garantir os direitos
dos usuários pelo princípio da igualdade. Porto Alegre já tem a Lei do Troco
para os transportes coletivos. Nós achamos que esse mesmo direito os usuários
têm que ter quando utilizam um serviço de concessão dado pela Prefeitura de
Porto Alegre. E há uma contradição, porque se imagina que, quando o Poder
Público instala um serviço para a população é para facilitar a vida da
população. Da maneira como foi organizada e autorizada essa concessão, isso não
tem acontecido: primeiro, porque as máquinas não aceitam cédulas e, segundo,
porque as máquinas não fornecem troco. Portanto, muitos dos motoristas são
penalizados. Já tive oportunidade, inclusive, de falar, desta tribuna, que
alguns desses parquímetros são colocados na frente de consultórios médicos. Às
vezes as pessoas param o seu carro no Centro para fazer um serviço bancário,
uma coisa absolutamente rápida, não têm a moeda, a máquina não opera com
modernidade. O usuário vai até um lugar para trocar o dinheiro, para poder
conseguir a moeda; enquanto ele sai, recebe a multa.
O
Projeto não é contra os parquímetros; é um Projeto que procura contribuir para
a organização desse serviço, fazendo com que os usuários não sejam penalizados
em relação a isso. Eu estive, inclusive, por intermediação do Ver. Estilac
Xavier, conversando com os representantes da Secretaria, que, evidentemente,
também têm recebido muitas reclamações em relação a isso. A própria Secretaria,
hoje, faz um estudo para buscar uma solução para esse problema. Eles ainda não
conseguiram a operacionalização dessa proposta, porém, a nossa
responsabilidade, como legisladores, é fazer com que o Município tenha uma Lei
que garanta esses direitos. A operacionalização disso vai efetivamente ser
definida por regulamentações necessárias do Poder Executivo. Então, eu peço o
apoio das Sr.ªs Vereadoras e dos Srs. Vereadores para o nosso
Projeto de Lei, que é extremamente simples. É um Projeto que garante o direito
dos usuários consumidores, é um Projeto que nós estamos chamando de Lei do
Troco para os Parquímetros. Nós sabemos que grande parte das pessoas,
justamente, neste final de ano, pela premência de suas agendas, tem necessidade
de usar ainda mais as ruas, e os parquímetros. Essas máquinas têm que ser
adaptadas, não para atrapalhar a vida dos consumidores, mas para garantir o bom
atendimento e a utilização do espaço público das ruas e avenidas pelos
porto-alegrenses que dispõem de carro. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra
para discutir o PLL nº 236/01.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero voltar à questão dos parquímetros, Ver.
Pedro Américo Leal, porque eu fiquei deitando algumas homenagens absolutamente
justas ao Ver. Pedro Américo Leal, e não abordei a questão de fundo na questão
dos parquímetros, que a Ver.ª Clênia Maranhão agora traz à colação.
Quero
dizer que a questão dos parquímetros, um instrumento que é utilizado
mundialmente, é uma questão de isonomia, uma questão de igualdade. Ver.
Humberto Goulart, não havendo os parquímetros, uma pessoa se apropria, de forma
indevida, do espaço público por tempo indeterminado, fazendo com que outras
pessoas não possam, igualmente, utilizar aquele espaço. Às vezes, pessoas deixavam
os veículos quase todo o dia em frente a um pequeno estabelecimento comercial,
um estabelecimento de um microempresário, e as pessoas não iam adquirir,
comprar naquele pequeno estabelecimento que gera empregos, porque não tinham
como acessar o estacionamento. Ver.ª Clênia Maranhão. Eu estou falando sobre os
parquímetros em geral, não estou abordando o Projeto de V. Ex.ª. A implantação
dos parquímetros tem o fundamento da isonomia, ou seja, Ver. João Antonio Dib,
ex-Prefeito, os espaços públicos têm de ser usados de forma igualitária por
todos os cidadãos, afora resolver a questão de terceiros que antes extorquiam
as pessoas proprietárias de veículos.
Agora,
há um ordenamento. O Código Nacional de Trânsito deixa claro que a questão da
disposição sobre logradouros públicos, da instalação de parquímetros é da
competência do Poder Executivo, que é quem administra a Cidade. O nosso
posicionamento, no que tange tanto ao Projeto do Ver. Pedro Américo Leal quanto
ao Projeto da Ver.ª Clênia Maranhão, não significa a questão do mérito. Nós
também entendemos, no caso do Ver. Pedro Américo Leal que tem que haver outro
tratamento. O Executivo, Ver. Juberlei Bacelo já está providenciando um
abatimento. No Projeto da Ver.ª Clênia é meramente uma questão de ordem jurídica
e é complexa também, porque, pelo princípio da isonomia, que uso agora para
fazer uma tese, a Vereadora poderia dizer que a Lei do Troco existe no
transporte coletivo e então, também, deveria se dar na questão do parquímetros,
essa é uma lógica jurídica interessante. O que eu coloquei, Ver.ª Clênia
Maranhão, porque não pude fazer antes, é que a questão dos parquímetros visa,
sobretudo, por exemplo, fazer com que os centros comerciais dos bairros possam
se desenvolver, gerar empregos, porque, se não houver parquímetros, as pessoas
não podem acessar àqueles locais e vão comprar no shopping center, que tem estacionamento, cobram 2 reais, mas há
estacionamento fácil. Portanto, não havendo questionamento desse instituto do
parquímetro, mas apenas algumas observações, quem tem a competência para
legislar sobre isso é o Poder Executivo.
No
caso da proposta do Ver. Pedro Leal, o Executivo já a recebeu e está elaborando
um Decreto constitucional, no sentido de que seja feita a compreensão daqueles
que não têm garagem e não têm como localizar o seu veículo. A compreensão terá
que ser de ambas as partes. Se ele mora num apartamento ou numa casa que não
tem garagem, terá que arcar com isso, porque, quem mora onde tem garagem, paga
imposto sobre ela, paga um valor maior, mas também o Poder Público tem que ter
essa compressão, há de ter aí um equilíbrio entre esses dois valores.
A
questão da Ver.ª Clênia Maranhão legisla não especificamente sobre a questão
dos parquímetros, mas, de forma indireta, sim, e aí então o questionamento.
Agora, a questão da isonomia, na questão da lei do nosso ex-Vereador Pedro
Ruas, tem sentido a Lei do Troco e, portanto, esta Casa, sobre ela, agora vai
deliberar. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação o PLL nº 236/01. O Ver.
Antonio Hohlfeldt está com a palavra para encaminhar.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, há
alguns anos, o então Ver. Pedro Ruas apresentava a esta Casa – e foi aprovada,
até com encaminhamento favorável da então Bancada do Partido dos Trabalhadores,
por meio, inclusive, deste Vereador, na ocasião – a chamada Lei do Troco. E
dizia exatamente isso, Ver. Juarez Pinheiro: se o cobrador do veículo de
transporte coletivo não tiver determinado valor de troco, até vinte vezes o
valor da passagem, o cidadão terá direito de transitar gratuitamente. É curioso
como alguns anos depois a lógica petista, quando deixa de ser oposição e se
torna situação, se inverte. Agora não interessa mais se ter a garantia do direito
de cidadão, de ter troco na prestação de um serviço. E a obrigatoriedade que a
Ver.ª Clênia Maranhão pretende estabelecer neste Projeto de Lei é extremamente
fácil de ser cumprida. Basta que os fiscais da área azul, que estão ali
multando, tenham moedas, mais nada! É simplório o encaminhamento! Como eles são
agentes públicos, basta que eles tenham uma pequena moedeira, com as moedas de
1 real, de 50 centavos e de 25 centavos, por exemplo. E ponto final, está
resolvido o problema. Então, como gostava de dizer o Dr. Tarso Genro, antes de
ser Prefeito, e depois de ser Prefeito: “Há que ter vontade política.”
Eu
gostaria de ver aqui também vontade política da Administração Pública, hoje sob
a responsabilidade do PT, de respeitar o cidadão, porque o que nós estamos aqui
discutindo, basicamente, é respeito ao cidadão. Eu estou experimentando isso,
Ver.ª Clênia Maranhão, toda a semana. Tenho de ir ao dentista, toda a semana, e
tenho de tomar o cuidado de conseguir moedas. Eu tenho facilidade,
eventualmente, em conseguir as moedas, mas já vi pessoas, sobretudo senhoras,
que às vezes saem correndo das suas casas, estão fazendo o almoço, estão com
criança no colo, e ficam zanzando em toda a região em torno do Parcão, ou coisa
deste tipo, para conseguir moedas, o que é um absurdo, porque a eventual
vantagem que discutimos antes, no outro Projeto, que é não privatizar a via
pública e dar espaço para que todos parem, desaparece quando, pelo terror de
ter de “caçar” moeda, uma dona-de-casa que não tenha as moedas vai desistir de
parar ali e vai parar numa garagem privada, porque é mais simples para ela.
Estou mencionando este caso, porque este é o caso que mais vejo no dia-a-dia.
São donas-de-casa que saem das suas casas - e falo no horário matinal - porque
têm que ir, obviamente não estão só passeando, que têm, eventualmente, um
médico para si, para os seus filhos, e ficam catando moedas.
Agora,
temos um último serviço que é fantástico, e não sei se a Prefeitura gosta de
facilitar a agiotagem, mas tem gente que vende moeda: um real de moeda mais dez
centavos. Então, tem que pagar um real e dez centavos, e leva uma moedinha de
um real. É isso que está surgindo em torno do Parcão. Eu vi, ninguém me contou,
porque mal parei o meu carro e fui descer com as minhas moedinhas para ir até a
máquina, e um cidadão encostou: “Quer moeda? Eu tenho, são mais dez centavos.”
Esta foi a proposta, e é esta proposta que a Prefeitura está, de certa maneira,
agenciando, na medida em que resiste em propiciar a obrigatoriedade da moeda.
Alguns
poderão dizer que a moeda pesa muito. As moedas mais antigas, de fato, posso
admitir que pesem muito, mas as atuais moedas, com a nova liga que está sendo
feita pelo Banco Central, não são moedas pesadas, são moedas relativamente
leves, e, se tivermos dez, quinze moedas, por turno, com cada agente, de um
real, de 25 centavos e de 50 centavos, vamos resolver o problema das pessoas,
porque uma boa parte já está conseguindo levar moedas, mas outra parte ainda
não se acostumou ou não tem condições, porque sai correndo da sua casa, ou sai
correndo do seu trabalho e, chegando lá, como estacionar?
Portanto,
encaminhamos favoravelmente ao Projeto da Ver.ª Clênia Maranhão, porque o
parecer jurídico da Casa é muito claro: não é contrário ao contrato, não
prejudica a empresa prestadora de serviços, e, obviamente, não prejudica a
Prefeitura, que não vai perder dinheiro, mas ajuda o cidadão. Acho que até
ajuda a Prefeitura, na vontade de organizar a Cidade, que é no que se baseia a
lei do estacionamento rotativo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação nominal o PLL nº 236/01,
solicitada pelo Ver. Juarez Pinheiro.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): (Após a apuração nominal.) APROVADO por 14 votos SIM, 08 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
3035/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 207/01, de autoria do Ver. Humberto Goulart, que
autoriza o Médico Socorrista a internar o paciente em estado grave na rede
privada de hospitais, quando não obtiver leito na rede pública. Com Substitutivo nº 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Luiz Braz: pela rejeição do Projeto e aprovação do Substitutivo nº 01.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em discussão o PLL nº 207/01. (Pausa.)
Em votação o Substitutivo nº 01 ao PLL nº 207/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
O SR. HUMBERTO GOULART: Sr. Presidente, eu queria agradecer a
esta Câmara que votou neste Projeto. Não é só um grande momento da saúde
pública do Município, mas um verdadeiro ato de compaixão humana. Muito obrigado
Srs. Vereadores; os doentes do SUS agradecem. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Vamos aceitar a manifestação do Ver.
Humberto Goulart, embora seja anti-regimental.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2318/00 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 174/00, de autoria do Ver. Carlos Alberto
Garcia, que dispõe sobre o cadastro dos compradores de telefone celular pré-pago, no Município de Porto Alegre, e dá
outras providências.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto;
- da CEFOR.
Relator Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH.
Relator Ver. Cassiá Carpes: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em discussão o PLL nº 174/00. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para encaminhar.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu faço questão de encaminhar para esclarecer. No
ano passado, esta Casa aprovou um Projeto que criou o cadastro único de
telefone celular, pioneiro em Porto Alegre e, hoje, estendido em todo o Brasil.
Na época, nós não nos preocupamos com a questão do pré-pago e do pós-pago, e o
cadastro único foi criado somente com o pós-pago. A nossa preocupação, depois
de algumas audiência com o PROCON e com as empresas telefônicas, foi que, nos
últimos tempos, se descobriu que o telefone pré-pago, o telefone de cartão –
dito por alguns de “telefone laranja” – é utilizado, por exemplo, nas grandes
rebeliões dos presídios, nas grandes negociatas envolvendo alguns políticos de
Brasília, nos seqüestros-relâmpagos. Verificamos, então, que esse telefone
começou a se prestar para algumas coisas escusas.
Então,
o objetivo deste Vereador é incluir esse tipo de telefone também no cadastro
único, para que, daqui para frente, em qualquer dúvida, possa-se quebrar o
sigilo da pessoa identificada e obter as informações necessárias. Então, por
isso que nós fizemos questão de encaminhar para esclarecimento dos Srs.
Vereadores, a quem eu solicito aprovação do Projeto. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em votação o PLL nº 174/00. Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
1115/01 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 004/01, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que altera a redação dos arts. 26, 27,
28 e os Anexos 1, 4, 5, 6, 7 e 8 da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999 (PDDUA) e dá
outras providências.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto;
- da CEFOR.
Relator Ver. Ervino Besson: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em votação Requerimento de autoria do
Ver. João Antonio Dib para que o PLCL nº 004/01 tenha a sua discussão adiada
por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Convocamos
os Srs. Vereadores para duas Sessões Extraordinárias, a seguir.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 13h37min.)
* * * * *